(Sábado, 23 Junho 2018 14:57)
A Bíblia não deveria ser lida para crianças.
Suas páginas estão repletas de crueldade de todo o tipo. Ela prega o genocídio,
o racismo, execuções terríveis de adúlteros e homossexuais, o assassinato de
seus próprios filhos, apoio à escravidão, maus tratos aos animais, passagens
sangrentas e muitas outras coisas perversas que violam os direitos humanos. Em
muitos casos a violência é ordenada pelos autores.
E de todos os problemas
éticos da Bíblia é o cristianismo que aponta a maior das injustiças ao
amaldiçoar toda a humanidade pelos atos de rebeldia de dois indivíduos. É um
princípio básico de justiça que o inocente não seja punido pelos erros do
culpado. Nenhum ser racional preocupado com a justiça pune um inocente pelos
crimes (reais ou imaginários) de outra pessoa.
O Deus bíblico continuamente
quebra este princípio e vez após vez pune um inocente pelos pecados de outros.
De fato isso é tão presente que toda a religião judaico-cristã está baseada na
ideia de expiação dos pecados pelo sangue dos inocentes.
Um exemplo clássico disso encontra-se
registrado em 2ª Reis capítulo 5. Em resumo o relato conta a história da cura
de um general sírio chamado Naamã pelo profeta Eliseu. Naamã tinha lepra e
Eliseu o orientou a se banhar no rio Jordão sete vezes para se curar. Ele faz
isso e milagrosamente é curado.
O interessante vem agora, Naamã ficou muito
grato e ofereceu uma recompensa que foi prontamente recusada por Eliseu. Porém,
o servo de Eliseu chamado Geazi viu uma oportunidade de ganhar aquela
recompensa. Ele voltou a Naamã dizendo que Eliseu resolveu aceitar a recompensa
e que ele a levaria para seu amo. Entretanto, Geazi passou a mão na recompensa
levando-a para sua casa.
Quando Geazi foi questionado por Eliseu ele negou
tudo. O profeta Eliseu sob a orientação do Deus bíblico desmascara o plano de
Geazi e o condena por tal ato de ganância. Agora veja qual foi a sentença dada
ao gatuno: “De modo que a lepra de Naamã se apegará a ti e à tua descendência
por tempo indefinido. Saiu imediatamente de diante dele, leproso tão branco
como a neve” (2ª Reis 5:27).
Tudo bem que Geazi pagasse pelo seu ato de
desonestidade, mas, o que os descendentes de Geazi tinham a ver com isso? Os
filhos de Geazi que não tinham nada a ver com essa história pegaram lepra por
causa do erro de seu pai, consegue ver justiça nisso?
Outro relato que retrata bem essa questão de
inocentes pagarem pelo erro de outra pessoa está registrado em Josué capítulo
7. Neste relato Josué depois de conquistar a cidade de Jericó ataca a cidade de
Ai. Porém, inexplicavelmente eles sofrem uma derrota e Josué sem saber o porquê
dessa derrota indaga a Deus que lhe responde dizendo que na conquista anterior
na cidade de Jericó alguém desobedeceu a ordem dada de não pegar nada da cidade
destruída.
Josué então começa a interrogar todas as famílias e Acã resolve
confessar que durante a destruição pegou um manto, duzentos siclos de prata e
um lingote de ouro, escondendo-os em sua tenda. Mais uma vez veja qual foi a
“justa” punição por tal ato de ganância da parte de Acã: “Josué, e todo o
Israel com ele, tomou então Acã, filho de Zerá, e a prata, e o manto oficial, e
o lingote de ouro, e seus filhos, e suas filhas, e seu touro, e seu jumento, e
seu rebanho, e sua tenda, e tudo o que era seu, e os levaram para cima à
baixada de Acor.
Josué disse então: Por que nos trouxeste o banimento? Neste
dia Jeová te banirá. Nisso todo o Israel foi matá-lo a pedradas; depois
queimaram-nos em fogo. Assim os mataram a pedradas” (Josué 7: 24, 25). Mais uma
vez a pergunta que não quer se calar, o que os filhos, as filhas, o touro, o
jumento e o rebanho tinham a ver com essa história? Vemos aqui mais um claro
exemplo de inocentes pagarem pelo erro de outra pessoa.
Qualquer leitor pode encontrar com facilidade
trechos na bíblia que mostram Deus como um ser vingativo e cruel. Por exemplo,
observe o relato sobre a matança dos primogênitos no Egito, incluindo até
animais: “E sucedeu, à meia-noite, que Jeová golpeou todo primogênito na terra
do Egito, desde o primogênito de Faraó sentado no seu trono, até o primogênito
do cativo que se achava na masmorra, e todo primogênito de animal” (Êxodo
12:29). O que estas crianças que foram mortas tinham a ver com os erros
cometidos pelos seus pais?
Um dos famosos dez mandamentos diz claramente
“não matarás” (Êxodo 20:13). Porém, logo em seguida começam as ordens para
matar: “Quem golpear um homem de modo que realmente morra, sem falta deve ser
morto... E quem raptar um homem e quem realmente o vender, ou em cuja mão for
achado, sem falta deve ser morto.
E quem invocar o mal sobre seu pai e sua mãe,
sem falta deve ser morto... se o touro anteriormente escornava (ferir com os
chifres) e se tiver advertido o seu dono, mas este não o tiver mantido sob guarda,
e ele matou um homem ou uma mulher, o touro deve ser apedrejado e também o seu
dono deve ser morto.
E caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma
mulher grávida e deveras saiam os filhos dela... se acontecer um acidente
fatal, então terás de dar alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão
por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, pancada
por pancada... Não deves preservar viva a feiticeira.
Todo aquele que se deitar
com um animal positivamente deve ser morto. Quem oferecer sacrifícios a
quaisquer deuses, e não somente a Jeová, deve ser devotado à destruição” (Êxodo
Capítulo 21). As ordens de Deus para que se puna com a morte alguém que tenha
desrespeitado algum mandamento da lei estão por todo o velho testamento.
O adultério, por exemplo, também era punido
com a morte: “Ora, o homem que comete adultério com a esposa de outro homem é
um que comete adultério com a esposa de seu próximo. Sem falta deve ser morto,
tanto o adúltero como a adúltera” (Levítico 20:10). Entretanto, o próprio Deus
ao julgar Davi não seguiu sua própria lei: “Então disse Natã a Davi: Tu mesmo
és o homem!
Assim disse Jeová, o Deus de Israel: Eu mesmo te ungi rei sobre
Israel e eu mesmo te livrei da mão de Saul. E eu estava disposto a dar-te a
casa do teu senhor e as esposas do teu senhor no teu regaço, e a dar-te a casa
de Israel e de Judá. Por que desprezaste a palavra de Jeová, fazendo o que é
mau aos seus olhos? A Urias, o hitita, golpeaste com a espada e tomaste-lhe a
esposa para ser tua esposa, e a ele mataste pela espada dos filhos de Amom.
Davi disse então a Natã: Pequei contra Jeová. A isto Natã disse a Davi: Jeová,
por sua vez, deixa passar o teu pecado. Não morrerás. Não obstante, visto que
inquestionavelmente trataste a Jeová com desrespeito por meio desta coisa,
então o próprio filho, que te acaba de nascer, positivamente morrerá” (2ª
Samuel 12:7-14).
Além de ir contra sua própria lei sobre o adultério o Deus da
bíblia vai contra outra lei que ele mesmo deu: “Os pais não devem ser mortos
por causa dos filhos e os filhos não devem ser mortos por causa dos pais. Cada
um deve ser morto pelo seu próprio pecado” (Deuteronômio 24:16). “A alma que
pecar — ela é que morrerá. O próprio filho não levará nenhuma [culpa] pelo erro
do pai e o próprio pai não levará nenhuma [culpa] pelo erro do filho.
A própria
justiça do justo virá a estar sobre ele mesmo, e a própria iniqüidade do iníquo
virá a estar sobre ele mesmo” (Ezequiel 18:20). Se o Deus da bíblia fosse
coerente com sua própria lei ele deveria apedrejar Davi junto com Bate-Seba.
Mas conforme vimos o Deus da bíblia é parcial, com ele a dois pesos e duas
medidas, se fosse um pobre camponês seria apedrejado, mas como foi o rei, então
ele passou por cima de sua própria lei.
É esse o Deus que você acredita? É esse
o seu padrão de justiça? Por outro lado, esse mesmo Deus descrito na bíblia
mata pessoas por motivos mais banais: “Enquanto os filhos de Israel continuavam
no ermo, acharam certa vez um homem apanhando gravetos no dia de sábado...
Então, Jeová disse a Moisés: O homem, sem falta, deve ser morto, toda a
assembléia atirando nele pedras, fora do acampamento. Concordemente, a
assembléia inteira levou-o para fora do acampamento e atirou nele pedras, de
modo que morreu, assim como Jeová mandara a Moisés” (Números 15:32-36).
Como
você considera um Deus que perdoa uma pessoa que comete adultério com uma
mulher e depois mata o marido dela para esconder seu erro, mas por outro lado,
manda apedrejar uma pessoa que apanha gravetos num sábado? Consegue ver justiça
nisso?
Segundo a bíblia, em várias ocasiões Deus
ordenou a destruição de certos povos. Veja como era a ordem de Deus: “Agora
vai, e tens de golpear Amaleque e devotá-lo à destruição, junto com tudo o que
ele tem, e não deves ter compaixão dele, e tens de entregá-los à morte, tanto o
homem como a mulher, tanto a criança como o bebê, tanto o touro como o ovídeo,
tanto o camelo como o jumento” (1ª Samuel 15:3). O que você acha desta ordem de
Deus? Conseguiria mandar matar crianças e bebês? E o que tinha os animais a ver
com isso?
Este tipo de atitude era comum ao Deus da
bíblia: “Samaria será tida por culpada, pois agiu rebeldemente contra o seu
Deus. Cairão à espada. Suas próprias crianças serão despedaçadas e as próprias
mulheres grávidas deles serão estripadas” (Oséias 13:16).
A ordem foi
exatamente essa que você acaba de ler, despedaçar as crianças e estripar (tirar
as tripas [os intestinos]) as mulheres grávidas. Mais uma vez o Deus da bíblia
vai contra sua própria lei: “E caso homens briguem entre si, e eles realmente
firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela, mas não haja acidente
fatal, sem falta se lhe deve impor uma indenização segundo o que o dono da
mulher lhe impuser; e ele tem de dá-la por intermédio dos magistrados.
Mas se
acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma” (Êxodo 21:22,
23). Segundo a lei, se alguém ferisse uma mulher grávida, mas não matasse o
bebê teria de pagar uma indenização. Mas se este acidente provocasse um aborto,
então esta pessoa teria de ser morta.
Por outro lado, as mulheres de Samaria
por não terem tido a sorte de nascerem em Judá e por seus homens não terem
escolhido o Deus da bíblia como seu Deus, veriam seus filhos serem despedaçados
e teriam seus intestinos arrancados, inclusive as grávidas. É nesse Deus
“amoroso” e “misericordioso” que você acredita?
Em outras ocasiões, o Deus da bíblia ao
ordenar a destruição de certa nação fazia a seguinte exigência: “E agora, matai
a todo o macho dentre os pequeninos e matai a toda a mulher que tiver tido
relações com um homem por se deitar com um macho. E preservai vivas para vós a
todas as pequeninas dentre as mulheres, que não tiverem conhecido o ato de se
deitar com um macho” (Números 31: 17,18).
Agora observe este relato: “E esta é
a coisa que deveis fazer: Todo macho e toda mulher que já teve a experiência de
se deitar com um macho deveis devotar à destruição. No entanto, acharam dentre
os habitantes de Jabes Gileade quatrocentas moças, virgens, que nunca tiveram
relações com algum homem, deitando-se com um macho.
Trouxeram-nas, pois, ao
acampamento em Silo, que se acha na terra de Canaã” (Juízes 21:11, 12). Eu fico
imaginando qual era o critério que os soldados usavam para discernir quais eram
as mulheres virgens e quais eram as que já tinham perdido a virgindade. E você,
acha que esse é um bom critério para decidir quem deve viver e quem deve
morrer? Este é um bom parâmetro para determinar o caráter de uma pessoa?
Veja outro exemplo: “Todo aquele que for
achado será traspassado, e todo aquele que for apanhado na varredura cairá à
espada; e as próprias crianças deles serão despedaçadas diante dos seus olhos.
Suas casas serão rapinadas e suas próprias mulheres serão violentadas.” (Isaías
13:15, 16). Crianças despedaçadas e mulheres violentadas porque não tiveram a
sorte de nascer na nação do Deus bíblico. É possível ler uma passagem como está
sem ficar chocado com tal atitude repulsiva?
Qualquer
pessoa com um mínimo de bom senso consideraria tais relatos repulsivos, até
mesmo revoltantes. A maioria das pessoas, porém, nunca leram tais relatos na
bíblia e se lessem estes numa folha separada da bíblia, jamais iriam associar
tais narrativas à bíblia.
A grande verdade é que as pessoas dizem acreditar na
bíblia e respeitá-la, sem nunca terem feito uma leitura meticulosa e cabal
dela. Entretanto, não podemos deixar de mencionar que, infelizmente, existem
pessoas que conhecem tais relatos e usam estes e outros versículos da bíblia
para justificar mutilação física, xenofobia, homofobia, machismo, racismo,
guerra, perseguição política e religiosa.
Todo Religioso é Doente Mental...
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