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quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre Gandhi e o Mito de ter Libertado a Índia da Inglaterra - Mentira - Fraude - Enganação - Equivoco - Erro

Ao postar esse artigo no Facebook, [Clique Aqui] uma pessoa escreveu a declaração abaixo, e eu respondi... Será que Mahatma Gandhi 'libertou a Índia' do domínio britânico apenas com muito amor, pacifismo e greves de fome? Será?? Ele venceu uma super potencia, o Império Britânico (a maior potencia militar e econômica do planeta antes da Segunda Guerra Mundial) sem dar um único tiro? É isso mesmo?? Vejamos...

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Mahatma Gandhi o 'Iluminado' que venceu o poderoso império britânico apenas com muita Paz, Amor e Fraternidade... será mesmo??

L.Z.B.,:  Sempre que vejo um povo, uma civilização inteira escravizada, aprisionada, me recordo de dois momentos da história humana... A invasão romana, e à dominação dos povos Judaicos, e suas revoltas sequenciais que terminaram na diáspora Judaica... E outro momento foi a libertação da Índia, através dos movimentos políticos iniciados por Gandhi...  A partir dai tenho minha conclusão pessoal de como se enfrenta uma superpotência.

Minha Resposta: L.Z.B. Super potência se combate com Super potencia, não foi Gandhi que libertou a Índia, foi a Segunda Guerra Mundial. Depois de ser arruinada pelos Nazistas a Inglaterra não teve mais como manter seu domínio, Gandhi se aproveitou da fraqueza do império ferido para desferir o golpe fatal, com a ajuda do presidente dos EUA - vide:

(Gandhi passou cada vez mais a pregar a independência durante a II Guerra Mundial, através de uma campanha clamando pela saída dos britânicos da Índia (Quit Índia, literalmente Saiam da Índia), que em pouco tempo se tornou o maior movimento pela independência indiana, ocasionando prisões em massa e violência em uma escala inédita. 

Gandhi e seus partidários deixaram claro que não apoiariam a causa britânica na guerra a não ser que fosse garantida à Índia independência imediata (os Britânicos combatiam os nazistas que estavam exterminando milhões de inocentes em campos da morte. E queriam espalhar essas atrocidades pelo mundo todo. Mas a libertação politica da Índia era mais importante né Gandhi?). 

Durante este tempo, ele até mesmo cogitou um fim do seu apelo à não-violência, de outra forma um princípio intocável, alegando que a "anarquia ordenada" ao redor dele era "pior do que a anarquia real". Foi então preso em Bombaim pelas forças britânicas em 09 de agosto de 1942 e mantido em cárcere por dois anos).

BrunoGM: Acredito que a Índia só não se aliou aos Nazistas por que era muito ideologicamente distante desse, afinal os nazistas tencionavam exterminar todas as raças 'inferiores' e isso incluía os indianos. Fora claro que os EUA entraram na Guerra ao lado dos Britânicos. Depois da guerra contra os Nazi ficou "moralmente incomodo" para os ingleses manter um enorme país sob seu domínio ditatorial.

Falida financeiramente a Inglaterra teve de abandonar o território, foi uma exigência de Roosevelt, (presidente dos EUA) para aceitar apoiar os Britânicos na Guerra contra o Eixo. Os britanicos teriam de se desfazer de seu império ultramarino. A inglaterra fraca como estava não aguentaria uma nova guerra, agora contra o povo Indiano que se aproveitava da situação.

Falar que foi Gandhi a razão da entrega da Índia foi uma saída "honrosa" para os orgulhosos ingleses que não queriam admitir sua fraqueza na ocasião... tipo: "seremos misericordiosos perante a determinação pacifista da índia e de seu líder, Gandhi". Ao se retirarem aconteceu uma guerra civil entre Hindus e Islâmicos, e o território da Índia foi partido em várias partes, dentre elas o que hoje em dia se conhece como Paquistão, um dos países islâmico mais populosos do mundo.

Gandhi: a Morte do Mahatma
     
Enquanto um número considerável de estadistas, líderes políticos e revolucionários do século XX, homens que provocaram guerras ou causaram massacres terríveis, morreram de causas naturais; Gandhi, um dos maiores pacifistas desse século, pai da independência da Índia, aquele que tudo fez ao longo da sua prodigiosa atividade para banir a violência da vida política, terminou por dessas ironias da vida assassinado a tiros em Nova Délhi em 1948.

O Momento Final

"Eu sei que hoje em dia irrito todo mundo. Como posso acreditar que somente eu tenho razão e que todos os outros estão errados? (...) devem dizer-me francamente que eu sou velho e que não sirvo a ninguém e que não devo me intrometer no seu caminho. Se me falarem assim abertamente eu não serei mais o estorvo do mundo." Enrolado no khaddar, a manta branca indiana que lhe encobria o seu físico enrugado e descarnado - amparado em duas das suas jovens parentes, "minhas muletas", como costumava dizer -, Gandhi aproximou-se da multidão. Esperavam-no nos jardins da Birla House em Nova Délhi, no entardecer do dia 30 de janeiro de 1948. Sempre que chegava a uma cidade ele abrigava-se nos casebres dos harijan, os intocáveis, para que seu exemplo atenuasse o preconceito que os párias sofriam na complicada sociedade de castas indiana. Desta vez o grande homem abrira uma exceção. Na sua estada em Nova Délhi, a última da sua vida, decidiu hospedar-se na residência de um ricaço.

Os Tiros

Mal o avistaram, cercaram-no. Vinham de longe para ver o Mahatma, "a grande alma", o homem santo que os havia libertado de dois séculos de domínio britânico. Em meio ao tumulto respeitoso, num repente, espocaram três tiros. Gandhi encolheu-se no chão, baleado por uma mão que empunhara uma Beretta. As suas roupas, tecidas por ele mesmo na sua roca de fiar, mancharam-se de sangue. Os gritos da multidão comovida e indignada misturaram-se aos seus fracos e derradeiros gemidos. O apóstolo da satyagraha, a não-violência, fora executado a bala.

O Atentado como Protesto

"Gandhi used to claim the Partition would be over his dead body. So after Partition when he didn't die, we killed him." (Gandhi alardeava de que a Partição [da Índia] só ocorreria sobre o seu cadáver. Assim quando ele não morreu depois da Partição, nós o matamos...) Gopal Godse, irmão do assassino de Gandhi. Detiveram o pistoleiro. Chamava-se Nathuram Godse, um ativista da RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh), uma organização da extrema-direita nacionalista do estado de Maharastra, que vira no atentado um protesto contra a secessão do subcontinente entre hindus e muçulmanos, referendada pelo Mahatma. O pistoleiro, um ex-alfaiate, fora o braço armado de uma conspiração de certa dimensão. Dias depois um imenso cortejo, regado pelas lágrimas do pais inteiro, acompanhou pelas avenidas de Nova Délhi, a capital da Índia independente, o corpo de Gandhi, o Ram. o homem ideal do épico Ramayana, até a enorme pira funerária que ergueram para incinerá-lo. Mataram-no aos 79 anos de idade.

A Babilônia Indiana

Ninguém como ele articulara de maneira tão hábil certas características do ser indiano com princípios universais abstratos. Além de encontrar-se dividido em mais de três mil castas e subcastas diversas, espalhadas por milhares de aldeias, seu povo - uns 400 milhões naquela época - falava mais de 60 línguas, sâncritas e não-sâncritas, e orava a deuses diversos. No norte, no atual Paquistão e na Caxemira, prostravam-se para Meca, no restante incensavam Brahma e milhares de outras divindades, entre elas Sidarta Gautama, o conhecido Buda. A Índia era um monumento humano erguido ao Caos regado pela chuva das monções.

Gente Mansa, Cordata

Gente vegetariana, submissa, desafeita à guerra, vocacionada a suportar flagelações, jejuns terríveis e sofrimentos os mais diversos, os indianos não refugaram em aceitar a ahimsa, a doutrina difundida por Gandhi, baseada nas leituras que ele fizera de Leon Tolstoi e Henry Thoreau, que exaltavam o dogma de não ferir-se a ninguém. Quando seus seguidores, por vezes, descontrolavam-se em seu desejo de vingança contra o colonizador, apelando às armas, como ocorreu no lamentável incidente na aldeia de Chauri Chaura, em fevereiro de 1922, Gandhi protestou contra a agressividade da sua própria gente com jejuns expiativos. Era infalível. Acalmaram-se. Ele decidira-se pela original estratégia de cansar o braço do agressor, de constranger o porrete dos ingleses perante sua coragem pacífica e a superioridade moral da cultura indiana. Para Churchill, irritado, ele não passava de um "faquir sedicioso".

A Discórdia entre Hindus e Muçulmanos

Cinco meses antes de morrer, Gandhi, após mais de meio século de lutas, cadeias e teimosos jejuns de fome, felicitou-se ao saber que Lord Mountbatten, o último vice-rei da Índia, finalmente arriara a bandeira britânica em 15 de agosto de 1947. Para embaraço e mais profunda vergonha do grande líder indiano, tudo voltou a ensombrecer-se. Muçulmanos e hindus, agora cidadãos livres de uma Índia emancipada, deslocando-se para as respectivas áreas determinadas pelo acordo, no caminho, ao encontrar-se em lados diferentes das estradas, jogaram-se uns contra os outros numa guerra de rotos contra tortos, umbellum miserabilium, linchando-se com paus e pedras. Calcutá, a megalópolis dos mendigos, virou um inferno.

Milhões de Mortos

Naquela trágica divisão, entre uma Índia hindu (governada por Nehru) e a outra muçulmana (governada por Jinah), calcula-se que morreram nos motins de 1947/8 dois milhões de pessoas. Naquele pequeno entreato - entre a saída das autoridades das colônias inglesas e suas substituição pelos inexperientes governos nativos - assassinaram mais indianos do que durante os dois séculos de ocupação colonial (incluindo as baixas do motim dos Cipaios, os soldados indianos que se revoltaram contra os ingleses no século XIX). A humanidade demonstrava com aquela onda de bárbara violência que retornava ao seu leito natural de estupidez. Gandhi que fizera o império britânico inteiro vergar apenas com marchas e jejuns de fome (na verdade um mito isso, pois nunca aconteceu), assombrado e decepcionado com tudo aquilo, tinha razão, tornara-se um estorvo em meio a um povo tomado de ódio cego contra o seu vizinho. Só lhe restou morrer.

Mahatma Gandhi adorado hoje em dia como símbolo da vitória não violenta sob um grande império, mas tudo não passa de propaganda...





Bruno Guerreiro de Moraes, apenas alguém que faz um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza...

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O que Está Acontecendo?

- “A maior revelação que o ‘Salto’ traz não é consolador, mas sim perturbador. O Mundo em que estamos é um campo de concentração para extermínio de uma Superpotência do Universo Local”. (Bruno Guerreiro de Moraes)

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