Ao postar esse
artigo no Facebook, [Clique Aqui] uma pessoa escreveu a declaração abaixo, e eu
respondi... Será que Mahatma Gandhi 'libertou a Índia' do domínio britânico apenas
com muito amor, pacifismo e greves de fome? Será?? Ele venceu uma super potencia, o Império Britânico (a maior potencia militar e econômica do planeta antes da Segunda Guerra Mundial) sem
dar um único tiro? É isso mesmo?? Vejamos...
Assunto Relacionado: O Lado Negro de Madre Teresa de Calcutá [Clique Aqui]
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Mahatma Gandhi o 'Iluminado' que venceu o
poderoso império britânico apenas com muita Paz, Amor e Fraternidade... será mesmo??
L.Z.B.,: Sempre que vejo um povo, uma civilização
inteira escravizada, aprisionada, me recordo de dois momentos da história
humana... A invasão romana, e à dominação dos povos Judaicos, e suas revoltas
sequenciais que terminaram na diáspora Judaica... E outro momento foi a libertação da Índia,
através dos movimentos políticos iniciados por Gandhi... A partir dai tenho minha conclusão pessoal de
como se enfrenta uma superpotência.
Minha Resposta: L.Z.B. Super potência se combate com Super potencia, não foi Gandhi que libertou a Índia, foi a Segunda Guerra Mundial. Depois de ser arruinada pelos Nazistas a Inglaterra não teve mais como manter seu domínio, Gandhi se aproveitou da fraqueza do império ferido para desferir o golpe fatal, com a ajuda do presidente dos EUA - vide:
Minha Resposta: L.Z.B. Super potência se combate com Super potencia, não foi Gandhi que libertou a Índia, foi a Segunda Guerra Mundial. Depois de ser arruinada pelos Nazistas a Inglaterra não teve mais como manter seu domínio, Gandhi se aproveitou da fraqueza do império ferido para desferir o golpe fatal, com a ajuda do presidente dos EUA - vide:
(Gandhi passou cada vez mais a
pregar a independência durante a II Guerra Mundial, através de uma campanha
clamando pela saída dos britânicos da Índia (Quit Índia, literalmente Saiam da Índia), que em pouco tempo se
tornou o maior movimento pela independência indiana, ocasionando prisões em
massa e violência em uma escala inédita.
Gandhi e seus partidários deixaram
claro que não apoiariam a causa britânica na guerra a não ser que fosse
garantida à Índia independência imediata (os Britânicos combatiam os nazistas que estavam exterminando milhões de inocentes em campos da morte. E queriam espalhar essas atrocidades pelo mundo todo. Mas a libertação politica da Índia era mais importante né Gandhi?).
Durante este tempo, ele até mesmo
cogitou um fim do seu apelo à não-violência, de outra forma um princípio
intocável, alegando que a "anarquia
ordenada" ao redor dele era "pior do que a anarquia real".
Foi então preso em Bombaim pelas forças britânicas em 09 de agosto de 1942 e
mantido em cárcere por dois anos).
BrunoGM: Acredito que a Índia só não se
aliou aos Nazistas por que era muito ideologicamente distante desse, afinal os nazistas tencionavam exterminar todas as raças 'inferiores' e isso incluía os indianos. Fora claro
que os EUA entraram na Guerra ao lado dos Britânicos. Depois da guerra contra
os Nazi ficou "moralmente incomodo" para os ingleses manter um enorme
país sob seu domínio ditatorial.
Falida financeiramente a Inglaterra teve de
abandonar o território, foi uma exigência de Roosevelt, (presidente dos EUA) para aceitar apoiar os Britânicos na Guerra contra o Eixo. Os britanicos teriam de se desfazer de seu império ultramarino. A inglaterra fraca como estava não aguentaria uma nova guerra, agora contra o povo
Indiano que se aproveitava da situação.
Falar que foi Gandhi a razão da entrega
da Índia foi uma saída "honrosa" para os orgulhosos ingleses que não
queriam admitir sua fraqueza na ocasião... tipo: "seremos misericordiosos perante a determinação pacifista da índia e de seu líder, Gandhi". Ao se retirarem aconteceu uma guerra civil entre Hindus e Islâmicos, e o território da Índia foi partido em várias partes, dentre elas o que hoje em dia se conhece como Paquistão, um dos países islâmico mais populosos do mundo.
Enquanto um número
considerável de estadistas, líderes políticos e revolucionários do século XX,
homens que provocaram guerras ou causaram massacres terríveis, morreram de
causas naturais; Gandhi, um dos maiores pacifistas desse século, pai da
independência da Índia, aquele que tudo fez ao longo da sua prodigiosa
atividade para banir a violência da vida política, terminou por dessas ironias
da vida assassinado a tiros em Nova Délhi em 1948.
O Momento Final
"Eu sei que
hoje em dia irrito todo mundo. Como posso acreditar que somente eu tenho razão
e que todos os outros estão errados? (...) devem dizer-me francamente que eu
sou velho e que não sirvo a ninguém e que não devo me intrometer no seu
caminho. Se me falarem assim abertamente eu não serei mais o estorvo do
mundo." Enrolado no
khaddar, a manta branca indiana que lhe encobria o seu físico enrugado e
descarnado - amparado em duas das suas jovens parentes, "minhas
muletas", como costumava dizer -, Gandhi aproximou-se da multidão.
Esperavam-no nos jardins da Birla House em Nova Délhi, no entardecer do dia 30
de janeiro de 1948. Sempre que chegava a uma cidade ele abrigava-se nos
casebres dos harijan, os intocáveis, para que seu exemplo atenuasse o
preconceito que os párias sofriam na complicada sociedade de castas indiana.
Desta vez o grande homem abrira uma exceção. Na sua estada em Nova Délhi, a
última da sua vida, decidiu hospedar-se na residência de um ricaço.
Os Tiros
Mal o avistaram,
cercaram-no. Vinham de longe para ver o Mahatma, "a grande alma", o homem santo que os havia libertado de dois
séculos de domínio britânico. Em meio ao tumulto respeitoso, num repente,
espocaram três tiros. Gandhi encolheu-se no chão, baleado por uma mão que
empunhara uma Beretta. As suas roupas, tecidas por ele mesmo na sua roca de
fiar, mancharam-se de sangue. Os gritos da multidão comovida e indignada
misturaram-se aos seus fracos e derradeiros gemidos. O apóstolo da satyagraha,
a não-violência, fora executado a bala.
O Atentado como Protesto
"Gandhi used
to claim the Partition would be over his dead body. So after Partition when he
didn't die, we killed him." (Gandhi alardeava de que a Partição [da Índia]
só ocorreria sobre o seu cadáver. Assim quando ele não morreu depois da
Partição, nós o matamos...) Gopal Godse, irmão do assassino de Gandhi. Detiveram o
pistoleiro. Chamava-se Nathuram Godse, um ativista da RSS (Rashtriya
Swayamsevak Sangh), uma organização da extrema-direita nacionalista do estado
de Maharastra, que vira no atentado um protesto contra a secessão do
subcontinente entre hindus e muçulmanos, referendada pelo Mahatma. O
pistoleiro, um ex-alfaiate, fora o braço armado de uma conspiração de certa
dimensão. Dias depois um imenso cortejo, regado pelas lágrimas do pais inteiro,
acompanhou pelas avenidas de Nova Délhi, a capital da Índia independente, o
corpo de Gandhi, o Ram. o homem ideal do épico Ramayana, até a enorme pira
funerária que ergueram para incinerá-lo. Mataram-no aos 79 anos de idade.
A Babilônia Indiana
Ninguém como ele
articulara de maneira tão hábil certas características do ser indiano com
princípios universais abstratos. Além de encontrar-se dividido em mais de três
mil castas e subcastas diversas, espalhadas por milhares de aldeias, seu povo -
uns 400 milhões naquela época - falava mais de 60 línguas, sâncritas e
não-sâncritas, e orava a deuses diversos. No norte, no atual Paquistão e na
Caxemira, prostravam-se para Meca, no restante incensavam Brahma e milhares de
outras divindades, entre elas Sidarta Gautama, o conhecido Buda. A Índia era um
monumento humano erguido ao Caos regado pela chuva das monções.
Gente Mansa, Cordata
Gente vegetariana,
submissa, desafeita à guerra, vocacionada a suportar flagelações, jejuns
terríveis e sofrimentos os mais diversos, os indianos não refugaram em aceitar
a ahimsa, a doutrina difundida por Gandhi, baseada nas leituras que ele fizera
de Leon Tolstoi e Henry Thoreau, que exaltavam o dogma de não ferir-se a
ninguém. Quando seus seguidores, por vezes, descontrolavam-se em seu desejo de
vingança contra o colonizador, apelando às armas, como ocorreu no lamentável
incidente na aldeia de Chauri Chaura, em fevereiro de 1922, Gandhi protestou
contra a agressividade da sua própria gente com jejuns expiativos. Era
infalível. Acalmaram-se. Ele decidira-se pela original estratégia de cansar o
braço do agressor, de constranger o porrete dos ingleses perante sua coragem
pacífica e a superioridade moral da cultura indiana. Para Churchill, irritado,
ele não passava de um "faquir sedicioso".
A Discórdia entre Hindus e Muçulmanos
Cinco meses antes
de morrer, Gandhi, após mais de meio século de lutas, cadeias e teimosos jejuns
de fome, felicitou-se ao saber que Lord Mountbatten, o último vice-rei da
Índia, finalmente arriara a bandeira britânica em 15 de agosto de 1947. Para
embaraço e mais profunda vergonha do grande líder indiano, tudo voltou a
ensombrecer-se. Muçulmanos e hindus, agora cidadãos livres de uma Índia
emancipada, deslocando-se para as respectivas áreas determinadas pelo acordo,
no caminho, ao encontrar-se em lados diferentes das estradas, jogaram-se uns
contra os outros numa guerra de rotos contra tortos, umbellum miserabilium,
linchando-se com paus e pedras. Calcutá, a megalópolis dos mendigos, virou um
inferno.
Milhões de Mortos
Naquela trágica
divisão, entre uma Índia hindu (governada por Nehru) e a outra muçulmana
(governada por Jinah), calcula-se que morreram nos motins de 1947/8 dois
milhões de pessoas. Naquele pequeno entreato - entre a saída das autoridades
das colônias inglesas e suas substituição pelos inexperientes governos nativos
- assassinaram mais indianos do que durante os dois séculos de ocupação
colonial (incluindo as baixas do motim dos Cipaios, os soldados indianos que se
revoltaram contra os ingleses no século XIX). A humanidade demonstrava com
aquela onda de bárbara violência que retornava ao seu leito natural de
estupidez. Gandhi que fizera o império britânico inteiro vergar apenas com
marchas e jejuns de fome (na verdade um mito isso, pois nunca aconteceu), assombrado e decepcionado com tudo aquilo, tinha
razão, tornara-se um estorvo em meio a um povo tomado de ódio cego contra o seu
vizinho. Só lhe restou morrer.
Mahatma Gandhi adorado hoje em dia como símbolo
da vitória não violenta sob um grande império, mas tudo não passa de propaganda...
Bruno Guerreiro de Moraes, apenas alguém que faz um esforço extraordinariamente obstinado para
pensar com clareza...
Tags: Sobre Gandhi,Mito,Libertado
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