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sábado, 3 de outubro de 2009

Sofista - A ARTE DE ENGANAR! - Sofisma - Os Falsos Sábios, Ilusionistas do Saber - Retórica da Controvérsia - Os Malandros da Grécia Antiga


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Os Sofistas, os Ilusionistas do Saber... Mestres da Retórica Mentirosa, os Senhores da Enganação!
Sofistas se tratam de pessoas desonestas que usando de retórica intencionalmente enganosa tentam enganar os seus semelhantes, com um bom nível de sucesso...

- “Estes usam o 'argumento sofístico ou sofisma' que se trata de um falso argumento ou argumento intencionalmente falacioso; de sofista deriva 'sofisticado', no sentido depreciativo de algo muito elaborado ou excessivamente ornado, embora vazio de conteúdo... 

 - “Sofisma é a ‘Arte’ da controvérsia, da retórica intelectualmente desonesta e intencionalmente mentirosa”. [Bruno G. Moraes] / - “Na ‘Arte’ da sofisma não se dá importância a verdade, ou a justiça, só importa a vitória do debate contra o adversário, é uma questão de orgulho não de 'fatos'” [Bruno G. Moraes]

- “Para a mentira ser convincente é preciso que ela seja misturada com qualquer coisa de verdade” [principio básico da retórica sofistica]. Sofista é a pessoa que usa de argumentos capciosos para enfraquecer o verdadeiro, em favor do falso, dando-lhe aparência de 'verdadeiro'.

Vídeo com pequena explicação - Sofistas - Retórica da Controvérsia:

Sofistas - Significado - Definição - O que é... por SeteAntigos7


A retórica sofista é a arte de persuadir, independentemente das razões adoptadas (escolhidas). Levado até ao exagero, este tipo de técnica argumentativa desacreditou os sofistas na Antiguidade Clássica. 

Essa é a 'arte' emprega por advogados, políticos e lideres religiosos para literalmente 'enrolar o povo na conversa fiada', ela ainda é usada hoje em dia, e em Grande Escala! Quem desconhece as artimanhas da retórica da controvérsia acaba sendo esmagado pelos mestres da sofisma!

Dentre as várias armas que se encontram no 'cinto de utilidades' dos sofistas está o Ad-Hominen, Pernóstica, Erística, malabarismos dialéticos, Apelo a Autoridade (lei-se Argumentum ad Verecundiam), Cinismo, Distorções de Dados, Desvios propositais do tema central, Humor Nonsense, entrelaçamento de dados verdadeiros com falsos (o troca iscas), etc...

O sofista é fácil de ser identificado ele não é aberto a rever seus pensamentos, não se importa com a verdade, não está nem ai com a ciência (veja sobre PseudoCéticos) e não dá a mínima para as provas, quer apenas vencer o debate, custe o que custar, mesmo sabendo que está errado, pois é uma questão de orgulho, e não de fatos.

Se aproveitando da ignorância da platéia, o sofista pode fazer a verdade virar 'mentira' e a mentira virar 'verdade', usando de palavras polidas, e complicadas, invocando diplomas, e autoridades históricas eles podem literalmente vender gato por lebre... As pessoas vão aplaudir enquanto são feitas de idiota por eles/elas.

Quer deixar de ser feito de tolo(a)? Leia esse artigo inteiro, veja essa página aqui também - [Clique Aqui], e se puder compre esse livro - [Clique Aqui], - "Como Vencer um Debate Sem Precisar Ter Razão"- de Arthur Schopenhauer, com acréscimos de Olavo de Carvalho (o rei da Sofisma), onde esses dois filósofos (sim considero o Olavo um filosofo...ele é um filosofo desonesto) ensinam como identificar, e se precaver, contra as estratégias das retóricas da controvérsia dos mestres da sofisma, afinal esses dois SÃO MESTRES da sofisma.

Olavo de Carvalho revisou o livro de Arthur Schopenhauer que trata sobre Sofisma e Retórica da controvérsia, o Olavo faz tantos apartes que pode ser considerado o Co-autor dessa versão.

Grécia no tempo dos Sofistas, a sociedade grega foi levada a decadência graças as idéias dos falsos "sábios". A indolência e a confusão tomou conta, os Romanos se aproveitaram da crise, vieram e colocaram ordem na bagunça, executando muitos dos falsos sábios (foi derramado um oceano de sangue), usando força bruta contra eles. E isso deu certo...

Uma das mais famosas doutrinas sofistas é a teoria do contra-argumento. Eles ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser contraposto por outro argumento, e que a efetividade, de um dado argumento residiria na verossimilhança (aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro) perante uma dada platéia, um compromisso por tanto com a vitória em embates argumentativos, e não com a verdade. 

A sofística sustenta o relativismo prático, destruidor da moral. É verdadeiro apenas aquilo que cada um pensa, isto é, a tão famosa, “Minha Verdade”, dos movimentos New Age. Assim é bom o que satisfaz ao sentimento, ao impulso, à paixão de cada um em cada momento, seguir essa linha de pensamento é arruinar completamente a organização social, é cair na anarquia total e sem limites. O único bem é o prazer (segundo os sofistas clássicos), a única regra de conduta é o interesse particular, e o resto, é resto...

Górgias (filosofo sofista) declara plena indiferença para com todo moralismo: ensina ele a seus discípulos unicamente a arte de vencer os adversários; que a causa seja justa ou não, não lhe interessa... A moral, portanto, - como norma universal de conduta - é concebida pelos sofistas não como lei racional do agir humano, (isto é, como a lei que potencia profundamente a natureza humana), mas como um empecilho que incomoda o homem. 

Desta maneira, os sofistas estabelecem uma oposição especial entre natureza e lei, quer política, quer moral, considerando a lei como fruto arbitrário, interessado, mortificador, uma pura convenção, e entendendo por natureza, (não a natureza humana racional), mas a natureza humana sensível, animal, instintiva. 

E tentam criticar a vaidade desta lei, na verdade tão mutável conforme os tempos e os lugares, bem como a sua utilidade comumente celebrada. Não é verdade - dizem - que a submissão à lei torne os homens felizes, pois grandes malvados, mediante graves crimes, têm freqüentemente conseguido grande êxito no mundo e, aliás, a experiência ensina que para triunfar no mundo, não é mister justiça e retidão, mas prudência e habilidade (o que é uma verdade não conveniente...). 

Então a realização da humanidade perfeita, segundo o ideal dos sofistas, não está na ação ética e ascética, no domínio de si mesmo, na justiça para com os outros, mas no engrandecimento ilimitado da própria personalidade, no prazer e no domínio violento dos homens, pregam por tanto o Materialismo puro e crasso, não se acredita em “forças superiores”, nem em almas, ou deuses, são Ateus/materialistas os sofistas. O seu bem estar é o que importa, mesmo que muitos sofram por causa disso.

Platão e Aristóteles combateram os sofistas na época clássica

Esse domínio violento é necessário para possuir e gozar os bens terrenos, visto estes bens serem limitados e ambicionados por outros homens. É esta, aliás, a única forma de vida social possível num mundo em que estão em jogo unicamente forças brutas, materiais, assassinatos, estupros, roubos, conspirações, etc... tudo é valido, segundo os sofistas. 

Seria, portanto, um prejuízo a igualdade moral entre os fortes e os fracos, pois a verdadeira justiça conforme a natureza material exige é que o forte, o poderoso, oprima o fraco em seu proveito, é a lei da selva aplicada a sociedade humana, já que na natureza (vida dos animais) a anarquia é completa e total. 

Quanto ao direito e à religião, a posição dos sofistas é extremista também, naturalmente, como na gnosiologia e na moral. A sofística move uma justa crítica, contra o direito positivo, muitas vezes arbitrário, contingente, tirânico, em nome do direito natural. Mas este direito natural - bem como a moral natural - segundo os sofistas, não é o direito fundado sobre a natureza racional do homem, e sim sobre a sua natureza animal, instintiva, passional. 

Então, o direito natural é o direito do mais poderoso, pois em uma sociedade em que estão em jogo apenas forças brutas, a força e a violência podem ser o único elemento organizador, o único sistema jurídico admissível, materialismo é isso, é a leia do mundo dos seres irracionais aplicada a vida humana também, hoje em dia o Darwinismo (evolução) aplicada a sociedades, cria o estado de caos da selva na vida social humana.

Atacados por Platão e Aristóteles, a tradição passou a considerá-los falsos sábios, ilusionistas do saber, mercenários e interesseiros... A palavra sofista deriva do grego sophistés, com o sentido original de habilidade específica em algum setor, ou homem que detém um determinado saber (do grego sóphos, “saber, sabedoria”). 

De início, vários profissionais eram “sofistas”: carpinteiros, charreteiros, oleiros e poetas. Quando o domínio de uma técnica era reconhecido por todos, o profissional era dito “sofista”, desde as atividades artesanais aos trabalhos de criação artística. O termo era, portanto, um elogio... 

A partir do século V a.C. surgiram os professores itinerantes de gramática, eloqüência e retórica, que ofereciam seus  conhecimentos para educar os jovens na prática do debate público. A educação tradicional era insuficiente para preparar o cidadão para a discussão política. 

Era preciso o domínio da linguagem e de flexibilidade e agudeza dialética para derrotar os adversários. O êxito desses tutores foi extraordinário! Passaram a ser então designados de sofistas, sábios capazes de elaborar discursos fascinantes, com intenso poder de persuasão das massas. 

Citação - “Esmaguem os fanáticos e os patifes, suas insípidas declarações, as miseráveis sofismas, a história mentirosa... o amontoado de absurdos! Não permitamos que os possuidores de inteligência sejam dominados pelos que não a tem - e a geração vindoura nos deverá a razão e a liberdade”. (Voltaire, iluminista francês escritor e filósofo, inflamando as massas contra os sofistas defensores dos regimes totalitários, e da Igreja, no fim da idade média).

Por outro lado, foram recebidos com hostilidade e desconfiança pelos partidários do antigo regime aristocrático e conservador. Quando Atenas se envolveu na guerra do Peloponeso, os sofistas foram responsabilizados pela decadência moral e política da cidade. 

O julgamento de Sócrates ocorreu neste clima de acusação e ressentimento. Nos séculos IV e III a.C., pensadores como Platão, Xenofonte e Aristóteles, dramaturgos como Aristófanes em sua comédia 'As Nuvens', todos passaram a atacar sistematicamente os sofistas. O termo adquire um sentido pejorativo e desfavorável, marcando para sempre o vocabulário filosófico.

Características Gerais dos Sofistas

A primeira dificuldade em se falar dos sofistas em geral decorre do fato de não constituírem uma escola filosófica como os pitagóricos e os platônicos. Como veremos adiante, os sofistas seguem direções variadas e até mesmo opostas. 

Agrupá-los pelo que têm em comum, serve apenas para diferenciá-los dos filósofos anteriores, notadamente os pré-socráticos e suas preocupações com o mundo físico. Os sofistas marcam a passagem do período cosmotológico para o período antropológico, centrado em questões lingüísticas, gramaticais, epistemológicas e jurídicas.

De acordo com Guillermo Fraile [História de la Filosofia, Volume I, páginas 226/227], as  características gerais dos sofistas são as seguintes:

a) Relativismo – Tudo que existe é impermanente, mutável e plural. Tudo muda, as essências das coisas são variáveis e contingentes.

b) Subjetivismo – Não existe verdade objetiva. As coisas são como aparecem a cada um. “O homem é a medida de todas as coisas” (Protágoras)

c) Ceticismo – Não podemos conhecer coisa alguma com certeza absoluta. O conhecimento humano é limitado às aparências.

d) Indiferentismo moral e religioso – Se as coisas são como parecem a cada um, não há nada que seja bom ou mau em si mesmo, pois não existe uma norma transcendente de conduta.

Em matéria de crença religiosa, devemos ser indiferentes, isto é, tanto faz acatar estes ou aqueles deuses. Alguns sofistas foram acusados, em conseqüência desta postura, de ateísmo.

e) Convencionalismo jurídico – Acentuam a contraposição entre lei e natureza (nómos –phýsis).

Não existem leis imutáveis, já que não possuem qualquer fundamento na natureza e nem foram estabelecida pelos deuses, mas são simples convenções dos homens para poderem viver em sociedade.

Sociedade Grega caiu em decadência por causa dos sofistas e suas retóricas enganosas

f) Oportunismo político – Se não há nada justo e injusto em si mesmo, todos os meios são bons para se atingir os fins que cada um se propõe.

O bom resultado justifica os meios empregados para conseguí-lo (os fins justificam os meios) A eloqüência é a arte da persuasão e pode ser empregada indistintamente para o bem e para o mal.

g) Utilitarismo – Mais do que servir ao Estado, os sofistas ensinavam a empregar as habilidades retóricas a serviço dos interesses particulares, manipulando, se necessário, os sentimentos e as paixões (enganar para conseguir o que quiser, sem se preocupar com ética ou moralismos).

h) Frivolidade intelectual – Mais do que autênticos filósofos, os sofistas eram prestidigitadores intelectuais que encobriam o vazio do seu pensamento com uma “pirotecnia verbal” fascinante. Tinham uma confiança ilimitada no poder da palavra, na capacidade do discurso (muito parecido ao que vemos nas igrejas evangélicas com relação aos seus pastores e também nos políticos, advogados e pseudocientistas como Richard Dawkins)

A Grécia nunca mais foi a mesma depois da disseminação dessas pragas (os sofistas)

i) Venalidade – Ao cobrarem por suas lições, os sofistas sofreram a crítica mais severa por parte dos atenienses, que não aceitavam fazer da atividade intelectual uma forma de negócio. Platão qualificava os sofistas de “mercadores ambulantes de guloseimas da alma”. (Protágoras, 313 a.C)

j) Humanismo – Ao centrar seus interesses nos problemas humanos, os sofistas podem ser comparados aos humanistas da renascença (século XV), preocupados com os problemas práticos do homem político, da natureza humana inserida na pólis e na vida do Estado.

O que se percebe nesta caracterização? Apenas o último item é positivo, enquanto todo o restante é condenável.

Condenação e Reabilitação dos Sofistas:

No diálogo Sofista, Platão mostra Sócrates a debater diversas definições para os sofistas:
  • Caçador interesseiro de jovens ricos (223b);
  • Comerciante do ensino e das virtudes (224d);
  • Pequeno comerciante de mercadorias de primeira ou de segunda-mão (224e);
  • Mercenário da arte da erística, da contradição, do combate (226a);
  • Arte do simulacro, da ilusão (236c).
A erística é a arte de batalhar com palavras (logomaquia, para os gregos), ou seja, a arte de vencer nas discussões. Como se vê, Platão reduz o sofista á condição de comerciante do saber, mercenário do espírito, mero ilusionista sem conteúdo. Na peça As Nuvens, Aristófanes diz que o sofista possui a habilidade de pronunciar um discurso justo e um discurso injusto sobre o mesmo tema.

Apesar de todo o mal que causaram (e continuam causando hoje em dia), existe alguns pontos a se considerar no discurso sofismático

No caso de um homicídio, por exemplo, o sofista poderia argumentar com igual brilhantismo como advogado de defesa e como promotor de acusação. Outro discípulo de Sócrates e contemporâneo de Platão, Xenofonte escreve nos Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates, que os sofistas eram comerciantes da sabedoria, e como tais comparáveis à venalidade da prostituição. 

E Aristóteles, na obra Argumentos Sofísticos, acusa os sofistas de “traficantes de uma sabedoria aparente, não real”. (Arg. Sof., I, 165a). Como se não bastasse, ainda o mesmo Platão em diálogos como Ménon Crátilo, dirige aos sofistas as mesmas denúncias de vendedores caros de uma ciência não real, mas aparente. Não se pode esquecer a origem aristocrática de Platão a Aristóteles. 

Este último era filho de um médico da corte de Felipe da Macedônia, tendo sob seu encargo a educação do filho do rei, o jovem Alexandre, posteriormente Alexandre Magno (O Grande). Acostumados a freqüentar palácios e imersos numa cultura que despreza o trabalho manual, enxergaram apenas os aspectos venais e as habilidades verbais dos sofistas, como se fossem a ameaça contra o verdadeiro saber.

Existe alguns pontos positivos com relação aos sofistas

Podemos reconhecer aos sofistas gregos os seguintes Méritos:
  1. Iniciaram uma reflexão sistemática sobre os problemas humanos, ao invés das questões naturais e cosmológicas dos filósofos pré-socráticos;
  2. Aperfeiçoaram a dialética e a discussão crítica sobre as limitações e o valor do conhecimento;
  3. Destacaram o caráter diverso e relativo das leis, próprias de cada cidade, enfatizando a contraposição entre natureza (phýsis), lei (nómos) e pacto (thésis), em que se baseiam o direito natural e o direito positivo. Ver a respeito o fragmento “A Verdade” de Antifonte;
  4. Defenderam o conceito de natureza comum a todos os homens, o que serviu para fundamentar a lei de modo mais igualitário e universalista;
  5. Desenvolveram princípios educativos para o ensino de gramática e retórica; Protágoras considerava-se um mestre da sabedoria e da virtude política (politiké areté), formando os jovens para o debate público e o governo do Estado. O ideal sofístico de uma natureza humana que pode ser educada e constantemente aperfeiçoada deu início à ciência pedagógica e à formação humanista na antiguidade. Não é pouca coisa, mas não se iguala, sem dúvida alguma, às contribuições de Sócrates, Platão e Aristóteles.
Aristóteles fez mais pela grécia e o mundo ocidental do que os Sofistas, que mais atrapalharam que ajudaram

Ao menos seja reconhecida a influência positiva dos sofistas no debate jusfilosófico: a defesa do naturalismo permite assentar o direito numa perspectiva mais cosmopolita e equânime.

Protágoras (490-420a.C.) e Górgias (485-380a.C.)

O mais eminente dos sofistas foi Protágoras, tratado com respeito por Platão no diálogo que leva seu nome. Atribui-se o primeiro estudo sistemático de gramática, distinguindo os gêneros masculino, feminino e neutro e as partes da oração em substantivo, adjetivo e verbo. Em retórica distinguiu as partes componentes do discurso: preâmbulo, disposição, exposição, discussão, refutação e conclusão. 

Ensinou durante quarenta anos e tornou-se muito rico, pois cobrava caro por suas lições. Protágoras defendia o relativismo do conhecimento, através do famoso dito “O homem é a medida de todas as coisas”. 

Se não há uma razão ou um bem imutável, se todas as percepções são subjetivas, a habilidade retórica deve prevalecer para que meu argumento seja vencedor. A posição relativista conduz ao dilema da verdade e do discurso verdadeiro: vence a discussão quem tem razão ou tem razão quem vence a discussão?

Assembléias gregas, lugar de debate e entendimento entre os sábios

Górgias é famoso por seu niilismo exacerbado. Levando as teses relativistas ao extremo, nega a possibilidade de qualquer conhecimento, seja do espaço e do tempo, das coisas particulares ou mesmo do ser em geral. Conserva-se de Górgias os três princípios: a) Nada existe (o ser e o não-ser não existem); b) Se algo existisse, não poderia ser conhecido, ou seja, seria incompreensível para nós; c) Se algo existe e pode ser conhecido, não pode o conhecimento ser comunicado a alguém (este conhecimento seria totalmente subjetivo). 

É possível que as teses de Górgias fossem um exercício de retórica, para provocar os oponentes ou exercitar os alunos. Um jogo dialético para questionar as afirmações dogmáticas ou pretensamente absolutas de muitos filósofos. O fato é que ambos, Protágoras e Górgias, compartilham das mesmas teses céticas e reduzem o conhecimento ao jogo das aparências. 

Outros sofistas de destaque foram: Hípias, Pródicos, Cálicles, Crítias e Antifonte. Chegaram até nós alguns fragmentos de suas obras e referências às suas façanhas de oratória. No que interessa à filosofia do direito, a contribuição dos sofistas foi questionar os valores éticos e jurídicos da pólis ateniense, pondo em causa a forma de governo, combatendo a injustiça da economia escravista, embasando o direito natural a partir da ordem humana e não divina.


Grécia vista do espaço, pais europeu sofreu com o aparecimento dos sofistas, os falsos sábios, os mestres da retórica enganosa e ardil

Os sofistas forneceram os argumentos contra as distorções do direito positivo vigente nas diversas pólis gregas. O indivíduo é o criador da cidade e vale sempre mais que a coisa criada: sua consciência, sua lei interior é mais valiosa que o decreto do democrata Péricles ou do tirano de Tebas. A crítica dos sofistas trouxe problemas. 

Com relação à escravidão, diziam: “os deuses nos fizeram livres e a ninguém fez escravo”. Ironizavam, na prática, a justiça da cidade, ensinando a quem quisesse pagar como vencer uma causa, independentemente da tese a ser defendida. 

Às leis decretadas pelo poder governante (nómos), opunham o conceito de uma natureza ou princípio natural (phýsis) presente no cosmo e no homem, assinalando, desse modo, a diferença entre as normas jurídicas convencionais e que quase sempre se identificam com os interesses do grupo mais forte. Para ilustrar o tema, um texto de Antifonte, “O Sofista”.

Nas praças publicas, os sofistas ofereciam seus serviços educacionais

Antifonte de Atenas

Antifonte de Atenas (480-411 a.C.) é uma figura controversa. Menciona-se na antiguidade um Antifonte famoso pela oratória e que teria sido o primeiro logógrafo, ou seja, o primeiro a escrever discursos sob encomenda. Do orador restam discursos importantes. Não se tem certeza se o orador e o sofista são os mesmos. 

Dúvidas históricas à parte, Antifonte, o “Sofista”, representa melhor que todos a contraposição entre a natureza (phýsis), na qual se baseia o direito natural, considerado inato e absoluto, e as leis da cidade (nómos), nas quais se apóia o direito positivo, puramente convencional e imposto pela força ou pela necessidade. 

A verdadeira justiça baseia-se na lei natural, que corresponde à verdade. As leis civis não passam de opinião. A separação em classes sociais é convenção social. Fomos todos feitos pela natureza do mesmo modo. Se a lei é apenas uma convenção, podemos transgredi-la, desde que ninguém o saiba.

Grécia não resistiu ao "fenômeno" sofistico, caiu em decadência e se enfraqueceu

Mas não podemos transgredir de maneira alguma uma lei natural. Muitas leis e costumes não escritos são contrários à natureza, diz Antifonte, como honrar aos nascidos de berço nobre e desprezar os comuns. Todos os homens são iguais por natureza, sejam gregos ou bárbaros (não gregos).

Leia-se a seguir trechos selecionados de A Verdade, de Antifonte:

Justiça é não transgredir as leis (nómos) da cidade, em que alguém é cidadão. Desse modo, um homem poderá melhor conduzir-se em harmonia com a justiça se na presença de testemunhas respeita as leis e, quando está só, sem testemunhas, respeita os decretos da natureza (phýsis). O que pertence às leis é imposto artificialmente, enquanto o que pertence à natureza é compulsório. 

Aquilo que se conforma às leis, se permanece oculto aos que estão de acordo com elas, escapa da vergonha e da punição; se não permanece oculto, não escapa; em contrapartida, se algo conatural à natureza (phýsis) é forçado, ultrapassando o que é possível, ainda que permaneça oculto a todos os homens, o mal não é menor, nem muito maior se todos o vêm, pois nesse caso não há transgressão segundo a aparência (doxa), mas segundo a verdade (alétheia).

Grécia literalmente pegou fogo por causa dos Sofistas!

A maior parte do justo segundo a lei é contrário à natureza. Com efeito, está legislado – estabelecido por nómos – para os olhos o que devem e não devem ver; para os ouvidos, o que devem ou não devem ouvir; para a língua, o que devem ou não devem dizer; para os pés, onde devem ou não devem caminhar; para o ânimo, o que deve ou não deve desejar. As proibições da lei não estão em acordo com a natureza. (...) 

A vida pertence à natureza, assim como a morte; a vida deriva do que é proveitoso, a morte que é nocivo. Respeitamos e veneramos os nascidos de pais nobres, mas não respeitamos nem veneramos os que não se originam de casa nobres. (...) Tratamo-nos uns aos outros como bárbaros, embora todos por natureza tenhamos nascidos iguais, bárbaros e gregos. E é permitido a todos os homens observar as leis da natureza, que são obrigatórias. (...) Todos nós respiramos pela boca e pelo nariz, e comemos com as mãos...





Fontes:
Bruno Guerreiro de Moraes, apenas alguém que faz um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza...

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O que Está Acontecendo?

- “A maior revelação que o ‘Salto’ traz não é consolador, mas sim perturbador. O Mundo em que estamos é um campo de concentração para extermínio de uma Superpotência do Universo Local”. (Bruno Guerreiro de Moraes)

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