sábado, 1 de maio de 2010

Design Inteligente - Ciência de Verdade - História do Movimento - Parte [2 de 3]


Darwin no Banco dos Réus: A Retórica Revolucionária de Phillip Johnson

História do Movimento do Design Inteligente:
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Em outubro de 1987, dois livros mudaram o rumo do ano sabatino de Phillip Johnson em Londres: “O Relojoeiro Cego” de Richard Dawkins e “Evolution: A Theory in Crisis” [Evolução: uma Teoria em Crise] de Michael Denton.

Um debate virtual se instalou na mente de Johnson entre os dois autores sobre uma questão fundamental: o que realmente é conhecido com certeza sobre a origem e a diversidade da vida?

Denton, o cético secular, atacou a macroevolução como sendo empiricamente vazia, uma concha de teia de aranha apoiada pelas forças sociológicas de um paradigma.

Dawkins, o crente e cruzado darwinista fervoroso, líder do movimento ateísta mundial, defendia o darwinismo como sendo absolutamente convincente e apoiado pelo raciocínio “
lógico” de suas simulações em computador chamadas de biomorfos.

No seu retorno à Universidade da Califórnia – Berkeley em agosto de 1988, Johnson trouxe um longo texto intitulado Science and Scientific Naturalism in the Evolution Controversy [
A ciência e o naturalismo científico na controvérsia da evolução].

Ele adotou uma estratégia básica e singular a fim de que esta crítica ao darwinismo fosse seriamente levada em consideração e evitar que fosse desconsiderada como sendo mais uma proposição da ciência da criação:

(1) Excluiu o Gênesis e a fé bíblica como fatores relevantes em testar a fé darwinista;

(2) Embora admitisse sua posição teísta, Johnson destacou que muitos na área da biologia evolutiva também têm posições religiosas fortes contrárias [ateísmo]. Aos mais dogmáticos ele os nomeou como darwinistas fundamentalistas.


O objetivo principal de Johnson era fazer com a questão da teoria da evolução não ser verdadeira chegasse à mesa de discussão.

Ele conseguiu isso em 23 de setembro de 1988 num seminário realizado com 20 professores universitários da UC-Berkeley.

O livro de Johnson “Darwin on Trial” [
Darwin no banco dos Réus] publicado em 1991 foi um manifesto intelectual selvagem para esmagar a oposição e expor o darwinismo como pseudociência.

A crítica severa de Johnson encontra-se logo no começo do livro:

- "O meu propósito é examinar a evidência nos seus próprios termos, sendo cuidadoso em distinguir a própria evidência de qualquer viés religioso ou filosófico que possa distorcer a nossa interpretação daquela evidência. Eu admito que os cientistas da criação têm este preconceito pelo seu pré-compromisso com o fundamentalismo bíblico, e eu terei muito pouco a dizer sobre a posição deles. A questão que eu quero investigar é se o darwinismo é baseado numa avaliação imparcial da evidência científica ou se é outro tipo de fundamentalismo religioso". [ii]

Johnson afirma, como Denton, que a microevolução é ciência respeitável, mas ataca implacavelmente a macroevolução como sendo um empreendimento irreal. As teses negativas de Johnson são:

Tese - 1 Evidência científica: As evidências biológicas e paleontológicas e outros dados científicos, com poucas exceções, tendem a falsificar a história darwiniana de macroevolução e o seu prelúdio químico da origem da vida.

Tese - 2 Base filosófica do darwinismo: A macroevolução darwiniana, como uma afirmação ampla da verdade é baseada fundamentalmente na pressuposição filosófica do naturalismo. Para Johnson, o naturalismo é a filosofia que "supõe que todo o domínio da natureza seja um sistema fechado de causas e efeitos materiais que não podem ser influenciados por qualquer coisa '
externa'. [iii]

Tese - 3 A
'retórica pretensiosa': Quando o darwinismo é colocado em questão, ele é rotineiramente protegido por rótulos vazios, manipulações semânticas e lógica defeituosa.

Tese - 4 As funções religiosas-mitológicas do darwinismo: Portanto, o darwinismo funciona como o mito cosmológico central da cultura moderna - como a peça central de um sistema quase religioso que é conhecido a priori como verdadeiro, em vez de uma hipótese científica que deve submeter-se a teste rigoroso.


O livro de Johnson pode ser considerado um manifesto light projetado para destruir o estereótipo “Bíblia vs. Ciência” que dominou o debate sobre a evolução.

A questão central que permeia a argumentação do livro é

- Qual é a base para a suprema confiança de muitos cientistas de que as leis científicas e o acaso são suficientes para explicar o surgimento de toda a complexidade e diversidade da vida? –

O ponto sustentado em Darwin on Trial é de que se descobre o naturalismo metafísico e não a evidência empírica como sendo a base dessa confiança.

Isso é demonstrado através de um modelo de histórias utilizado ao longo do livro:

MH1 - As histórias jurídicas. O julgamento de Scopes de 1925 é brevemente recontado a fim de destruir a lenda do filme "Inherit the Wind" [O vento por herança]. [iv]

Depois aborda o caso mais importante da Suprema Corte americana – “Edwards vs. Aguillard” de 1987.


Embora a Suprema Corte tenha considerado a
'ciência da criação' como religiosamente motivada, a opinião discordante do juiz Antonin Scalia ficou registrada no processo:


- "O povo da Louisiana, inclusive aqueles que são cristãos fundamentalistas, têm o direito, como uma questão secular, a ter qualquer evidência científica que haja contra a evolução apresentada nas suas escolas, assim como o sr. Scopes teve o direito de apresentar qualquer evidência científica que houvesse a favor". [v]


MH2 - As tendências religiosas dos darwinistas modernos. A literatura darwinista moderna está cheia de conclusões antiteístas apresentadas, não como opiniões pessoais, mas como implicações lógicas da ciência evolutiva objetivando afastar as pessoas mais educadas da crença no sobrenatural.


Exemplos:

- "O homem é o resultado de um processo sem propósito e natural que não o tinha em mente" -[vi]; - "penso igualmente que, antes de Darwin, o ateísmo até poderia ser logicamente sustentável, mas que só depois de Darwin é possível ser um ateu intelectualmente satisfeito". [vii]


MH3 - A história das controvérsias darwinianas.

[1] A controvérsia de Colin Patterson. Pouca gente sabe que em 1981, o renomado paleontólogo britânico Colin Patterson visitou vários centros de evolucionistas perguntando:

- "Você pode me dizer alguma coisa que você saiba sobre a evolução que seja verdadeira? Patterson recebeu como resposta o silêncio”-


Ele fez dois comentários provocadores na palestra:

[1] Os evolucionistas estão falando igual os criacionistas - "eles apontam para um fato, mas não podem fornecer uma explicação dos meios", (B) e que tanto a evolução como a criação são formas de "anticonhecimento", i.e. eles "são conceitos que parecem implicar em verdadeira informação, mas não são". [viii]


[2] A controvérsia entre Kristol e Gould. Irving Kristol, um teórico social, propôs uma correção conciliatória num artigo no New York Times:

- "Se a evolução fosse ensinada mais cautelosamente, como uma idéia conglomerada consistindo de hipóteses conflitantes em vez de uma certeza incontestável, isso seria menos controverso" e que os fundamentalistas não estavam "fora de base quando eles afirmam que a evolução ... tem um ponto anti-religioso injustificado". [ix]


Gould criticou Kristol e negou que a ciência evolutiva seja anti-religiosa e que Kristol ignorava a distinção importante entre fato e teoria. Há hipóteses conflitantes sobre o mecanismo exato da evolução, "mas a evolução é também um fato da natureza, tão bem estabelecido como o fato de a Terra girar em torno do Sol". [x]


Johnson destrói a analogia de Gould:

"A analogia é espúria. Nós observamos diretamente que as maçãs caem quando são soltas, mas nós não observamos um ancestral comum para os macacos modernos e os humanos. O que nós observamos é que os macacos e os humanos são física e bioquimicamente mais parecidos um com o outro em vez de serem parecidos com coelhos, cobras ou árvores. O ancestral comum do tipo macaco é uma hipótese numa teoria que se propõe explicar como surgiram essas grandes e pequenas semelhanças. A teoria é plausível, especialmente para um materialista filosófico, mas apesar disso pode ser falsa. A verdadeira explicação para as relações naturais pode ser algo mais misterioso". [xi]


Em 1980, Gould escreveu um artigo concentrando não na tese do ancestral comum (aceita por todos os evolucionistas), mas como que isso se deu - pela acumulação gradativa de mudanças adaptativas via mutação e seleção. Gould concluiu que a síntese neodarwinista "como proposição geral, está efetivamente morta, apesar de sua persistência como ortodoxia de livro-texto". [xii]


Porque Gould admitiu um ponto devastador ao cenário darwinista do surgimento da diversidade da vida como uma teoria geral defunta, Johnson esperava que Gould, tendo já desconsiderado o mecanismo darwiniano, fosse abraçar a sugestão de Kristol de ensinar a evolução com mais cuidado.


MH4 – A história da seleção natural. São duas as perguntas que Johnson faz: (1) Quanto os evolucionistas sabem realmente sobre o processo pelo qual todos os seres vivos evoluíram de ancestrais microbiano? (2) Especificamente, eles sabem realmente o que eles vêm afirmando saber - que foi um processo inconsciente? [xiii]
Esta ênfase na alegada ignorância do como da evolução torna-se lógico para Johnson atacar os dois lados do mecanismo do neo-darwinismo - a seleção natural que peneira e adiciona as mutações benéficas.


O avanço das idéias de Johnson nos anos 90 do Século 20

Após a publicação de “Darwin on Trial”, Johnson começou a circular pelos campus das universidades americanas acelerando assim dois processos retóricos importantes: o envolvimento vigoroso e determinado com os seus críticos e o recrutamento e treinamento de novos e brilhantes revolucionários (especialmente colegas com qualificações acadêmicas que colaborariam na pesquisa, crítica, conceituação teórica e persuasão).

Johnson tornou-se conhecido pelas suas palestras, conferências e debates. A sua oratória rapidamente tornou-se uma de suas mais eficientes maneiras de influenciar audiências universitárias.[xiv]

Este trabalho em conjunto, mais esses dois processos reciclados (
envolvimento – recrutamento – nova publicação – mais envolvimento) transformou o Movimento do Design Inteligente de um comitê de rebeldes externos numa rede bem organizada e agressiva de centenas de ativistas que começaram o trabalho de persuasão em suas próprias universidades como Harvard, Yale, Princeton, Cornell entre outras...

O primeiro desses dois processos começou com o livro “
Darwin on Trial” e depois com mais outros livros de Johnson. [xv]

As resenhas críticas deste livro, a maioria negativa, tentaram desqualificá-lo como crítico competente em vez de lidarem com as suas principais críticas – a macroevolução e o poder criativo da seleção natural, (os pseudocríticos, como bons Sofistas que são apenas se concentravam em fazer ataques Ad hominem, isto é, desqualificar o debatedor, em vez de lidar com seus argumentos).

A mais importante das interações com acadêmicos se deu em 1994 na Stanford University com William Provine, historiador e filósofo de biologia da Cornell University. [xvi]

Este debate colocou o Design Inteligente em destaque de duas maneiras: foi mais um veículo para divulgar a crítica de Johnson contra a macroevolução baseada na evidência e a afirmação de Provine de que o livre arbítrio é uma miragem, além de ter repetidamente desprezado a crença de Johnson em Deus – isso serviu para ilustrar a tese de que o darwinismo funciona como um quadro de crenças filosóficas antiteístas (isto é, usasse a evolução para dizer que Deus, ou Deuses não existem) e não como um quadro de pesquisa científica séria.[xvii]

Em 26 de julho de
1991, a revista Science, [da American Association for the Advancement of Science – AAAS], publicou uma nota anônima Johnson vs. Darwin criticando severamente o Darwin on Trial como sendo um livro potencialmente perigoso. [xviii]

Michael Behe foi um biólogo que notou a coluna da revista Science.

Em 1987 ele já tinha se tornado cético do darwinismo após ter lido o livro de Denton, Evolution: A Theory in Crisis.

Ele já tinha lido Darwin on Trial assim que foi publicado e ficou impressionado com o modo de Johnson lidar com as questões científicas.

Motivado pelo tratamento dado a Johnson, Behe escreveu uma carta à Science que foi publicada em 30 de agosto de 1991.

Ele começou a carta destacando que a nota concisa sobre o Darwin on Trial é:

- "uma boa ilustração do fracasso da comunidade científica em seguir o seu próprio conselho sobre a controvérsia perene da evolução. Em vez de simplesmente lidar com os argumentos céticos promovidos no livro, o artigo se apóia em comentários ad hominem” -

Também é verdade que governos fascistas apoiaram o darwinismo, que a maioria dos cientistas não é de especialistas em lógica (
isto é, a grande maioria dos evolucionistas são como contadores de fabulas, suas hipóteses imaginativas beiram a esquizofrenia) , e que muitos comentaristas da evolução são predispostos a favor do materialismo puro (o materialismo para estes é como uma religião).

Mas tudo isso é insultar a ciência, e está bem fora da base filosófica cientifica.


No seu livro, Johnson aparenta ser um leigo interessado, de mente aberta e muito inteligente que percebe grandes conclusões tiradas de pouca evidência (
isto é, os evolucionistas com uma gota de informação real, constroem um oceano de hipóteses sem qualquer fundamento) destaca anomalias em atuais explicações evolucionárias, e chega à sua própria conclusão, ainda bem, sobre a validade da teoria de Darwin. Um homem desses merece ser ouvido e não ser execrado.


A teoria da evolução pela seleção natural não é um conceito difícil de ser entendido, e Charles Darwin se dirigiu a uma audiência geral. Mas não é auto-evidente para muitas pessoas que a seleção natural pode ser totalmente responsável pelo mundo que elas observam.


Assim, quando perguntas sobre a teoria surgem em fóruns públicos, a comunidade científica faria melhor, a longo prazo, relacionar os fatos a favor e admitir francamente onde falta evidência positiva, em vez de paternalisticamente manter que um entendimento da teoria da evolução está reservada para o sacerdócio de cientistas profissionais" (
como se fosse uma instituição religiosa, a classe cientifica dos materialistas ortodoxos argumentam que seus dogmas não podem ser questionados por não materialistas, então se uma pessoa agnóstica discorda deles, o argumento é simplesmente ignorado, simplesmente por que a pessoa não é membro da congregação sacerdotal dessa religião estranha) . [xix]

Esta frase-estigma de “
sacerdócio de cientistas profissionais” usada por Behe pode ser assim traduzida: os cientistas darwinistas são os nossos atuais alto sacerdotes culturais que mediam o conhecimento para as massas ditas, leigas. O paradigma deles é tido como sendo verdadeiro “a priori” e não está aberto ao questionamento, (ficando claro então que não se trata mais de ciência, mas sim de religião, só a religião tem dessas lógicas)

Após ler a carta de Behe, Johnson escreveu agradecendo e convidando-o para ser um colaborador.

A segunda mais importante interação com acadêmicos se deu em março de 1992 no campus da Southern Methodist University em Dallas, Texas:

Darwinism Symposium [Simpósio sobre o darwinismo], com a seguinte tese a ser debatida:

- O darwinismo e o neodarwinismo, como são geralmente defendidos em nossa sociedade trazem consigo um compromisso “a priori” com o naturalismo metafísico, que é essencial para fazer um caso convincente em favor deles"- .

Foram três dias de debates entre os dez participantes – cinco evolucionistas e cinco proponentes do Design, com a apresentação de William Dembski e Steve Meyer. [xx]

No verão americano de 1996, duas bombas retóricas sacudiram o mundo da ciência biológica.

A primeira foi a publicação do longo ensaio intitulado Deniable Darwin, de David Berlinski, um intelectual judeu agnóstico, na conceituada publicação Commentary .

A tese de Berlinski foi: o registro fóssil é incompleto, o raciocínio é defeituoso; a teoria da evolução está apta para sobreviver?

O artigo de Berlinski provocou um tsunami de cartas de indignação (
Richard Dawkins e Daniel Dennett entre outros *evolucionistas importantes se manifestaram, Obs. Leia-se sacerdotes) e congratulações que a Commentary publicou cinqüenta e seis cartas em trinta e três páginas.

Os editores esperavam que o artigo de Berlinski fosse gerar tão-somente tremores; o que eles tiveram foi um terremoto.

Em agosto de
1996 a segunda bomba antidarwinista explodiu.

O livro “Darwin's Black Box”, escrito por Michael Behe, professor na Lehigh University, foi publicado pela Free Press, subsidiária da importante editora Simon and Schuster.

Este livro foi discutido na Newsweek, no Wall Street Journal, National Review, The Chronicle of Higher Education; e na Nature.

E ainda hoje continua sendo motivo de inflamados debates, se tornou com certeza num pesadelo para os auto ploclamados sacerdotes da religião naturalista/reducionista que lutam desesperadamente até hoje no que podemos chamar de uma cruzada contra os hereges de Darwin.

Notas:

[i] Hoje Johnson é professor de Direito Emérito. Na ativa foi professor na cadeira professoral "Jefferson E. Peyser" da Faculdade de Direito da University of California, Berkeley. UCLA-Berkeley é uma universidade conhecida internacionalmente pelos seus alunos e professores 'radicais'.
[ii] JOHNSON, Phillip. Darwin on Trial. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2a. ed. 1993, p. 14.
[iii] Ibid, p. 116.
[iv] William Jennings Bryan, que não acreditava literalmente nas narrativas bíblicas, enfrentou um interrogatório que usou 'evidência científica' que logo em seguida foi cientificamente desacreditada!
[v] Ibid, p. 6-7.
[vi] Ibid, p. 116.
[vii] DAWKINS, Richard. O relojoeiro cego. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 24-25.
[viii] JOHNSON, op. cit., p. 10.
[ix] Ibid, p. 10-11.
[x] Ibid, p. 11.
[xi] Ibid, p. 66-67.
[xii] Ibid, p. 11.
[xiii] Ibid, p. 10, 12, 14 e 158.
[xiv] Em campus de universidades como Harvard, Yale, Princeton, Cornell entre outras.
[xv] Reason in the Balance: The Case Against Naturalism in Science, Law, & Education; Objections Sustained Subversive Essays
on Evolution, Law and, Culture; Defeating Darwinism - By Opening Minds; The Wedge of Truth; The Right Questions: Answering the Toughest Questions about Intelligent Design.
[xvi] O vídeo deste debate Darwinism: Science or Naturalistic Philosophy? The Johnson-Provine Debate pode ser encontrado no site http://www.arn.org
[xvii] Vide o vídeo da nota 41.
[xviii] Johnson vs Darwin, Science, 26 July 1991, 379.
[xix] Science Letters, 30 August 1991.
[xx] Michael Ruse; Arthur Shapiro, zoólogo (UCSD); Leslie Johnson, palestrante em biologia (Princeton University); Fred Grinne, professor de biologia (UT em Arlington) e K. John Morrow, professor de biologia na Texas Tech University.


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Design Inteligente - Ciência de Verdade - História do Movimento - Parte [1 de 3]

História do Movimento do Design Inteligente:
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A Teoria do Design Inteligente é rival da Teoria da Evolução, isto por que diferente da evolução, o Design Inteligente reconhece que o design nos seres vivos [sejam eles animais, vegetais, marinhos, ou o que quer que seja] não é “aparente” mas sim literal. O Design Inteligente vai até onde as evidencias levam, sem se importar com ideologias, gostos ou preferências. É ciência de verdade sendo aplicada para explicar e entender toda a vida na Terra.

Veja o documentário completo, apesar de dividido em varias partes no Youtube, aqui ele passará como se fosse apenas  um de longa duração:

- “...uma importante inovação científica raramente faz seu caminho vencendo gradualmente e convertendo seus oponentes: raramente acontece que 'Saulo' se torne 'Paulo'. O que realmente acontece é que os seus oponentes morrem gradualmente e a geração que cresce está familiarizada com a idéia desde o início...” (Max Planck, The Philosophy of Physics" [A Filosofia da Física], de 1936) // - “Toda verdade passa por três estágios: Primeiro é ridicularizada, Segundo é violentamente combatida e Terceiro, é aceita como obvia...” – (Arthur Schopenhauer, filósofo alemão) // - “Todas as grandes verdades são recebidas inicialmente como sendo blasfêmias” (George Bernard Shaw, escritor e Dramaturgo).

Teoria da Evolução é Pura Insanidade! Uma Religião! Se trata de ideologia, não de Ciência! Ateísmo/Materialismo:



Baseado no livro “Doubts about Darwin” de Thomas E. Woodward, escritor e Ph.D. e também em escritos de outros teóricos do Movimento do Design Inteligente.

INTRODUÇÃO

A idéia de design é muito antiga - desde os tempos de Sócrates e Platão, [1] e o termo “
Design Inteligente” como alternativa ao processo evolutivo cego e aleatório darwinista foi usado em 1897 por F.C.S. Schiller, erudito da Oxford University, num ensaio intitulado “Darwinism and Design Argument”. 
Ele afirmou: “não será possível excluir a suposição de que o processo da Evolução possa ser guiado por um design inteligente”. [2] Mais recentemente durante as últimas décadas, as descobertas em física, astronomia, teoria da informação, bioquímica, genética e disciplinas afins forneceram as bases para o desenvolvimento da moderna Teoria do Design InteligenteMuitas dessas idéias centrais já estavam sendo articuladas por cientistas e filósofos da ciência no começo dos anos 80 do século 20. Este presente estudo histórico visa discorrer sobre uma dissensão científica contra Darwin desde os anos 60 do século 20, seus principais atores e de como surgiu o Movimento do Design Inteligente no panorama contemporâneo nos Estados Unidos. Ao contrário do veiculado na Mídia de massa (TV, Revistas e Jornais de grande circulação) existe sim uma controvérsia e dissensão científicas sobre a validade da Teoria da Evolução (os processos macroevolutivos). O Design Inteligente se apresenta como a melhor inferência às evidências encontradas na natureza para explicar a origem e a complexidade do universo e da vida.

Rumores de Dissensão Científica contra Darwin no Século 20:

As primeiras indicações de uma dissensão científica contra Darwin começaram com o Wistar Symposium [
Simpósio Wistar] realizado no centro de pesquisas Wistar Institute da Universidade da Pensilvânia, em julho de 1966, em resposta às descobertas de Murray Eden e seus colegas. 
Em 1965, Murray Eden, então professor de engenharia elétrica no MIT – Massachusetts Institute of Technology - juntamente com o matemático francês Marcel Paul Schutzenberger (1920-1996), membro da Academia Francesa de Ciência, e outros, começaram a modelar a seleção natural de mutações aleatórias usando a teoria da probabilidade. Após muitas tentativas de modelar o mecanismo darwiniano positivamente, este grupo de pesquisadores ficou surpreso com os resultados consistentemente negativos. Eles experimentaram novos algoritmos e isso só aumentou a frustração e o ceticismo deles da noção de ‘aleatoriedade’ nas mutações como matéria prima da evolução. Esse ceticismo do mecanismo mutação-seleção natural chegou ao conhecimento de eminentes biólogos evolucionistas. Em questão de meses foi agendada uma reunião com a presença de diversos cientistas darwinistas para discutirem o problema com o grupo de Eden. [3] No seu discurso de abertura, Sir Peter Brian Medawar, [4] prêmio Nobel em Medicina (1960), reconheceu a existência de um amplo sentimento de ceticismo sobre a questão do acaso na evolução, sentimento este que ele bem definiu como: “algo está faltando na teoria ortodoxa”. [5]

D. S. Ulam, matemático, argumentou ser altamente improvável que o olho pudesse ter evoluído pelo acúmulo de pequenas mutações, pois o número de mutações seria tão imenso e o tempo disponível não seria bastante suficiente para que elas surgissem. Medawar disse que os matemáticos estavam pensando ao contrário na sua avaliação científica. Ele salientou que o olho tinha evoluído e que esta questão simplesmente não era considerada duvidosa. O problema da plausibilidade de o olho não ter evoluído foi considerado como sendo devido a erros ou lapsos nas equações dos matemáticos. O biólogo Ernst Mayr, da Harvard University, disse: “De algum modo ou de outro, ajustando estes resultados, nós vamos nos sair bem. Nós nos confortamos com o fato de que a evolução [do olho] aconteceu”. [6] Os dois grupos de cientistas foram extremamente sensíveis quanto à conexão e percepção dos alegados defeitos do neoDarwinismo como sendo criacionismo. Schutzenberger, cético, disse: “Há uma lacuna considerável na teoria neodarwinista da evolução, e nós cremos que esta lacuna é de tal natureza que uma conexão não pode ser feita dentro da atual concepção da biologia”.

C. H. Waddington, darwinista, replicou: “
O seu argumento é simplesmente que a vida deve ter surgido por criação especial”. 
Schutzenberger e outros cientistas responderam “Não”! [7] A reunião no Wistar Institute, em termos retóricos, resultou num ‘beco sem saída’, mas deixou um documento importante para a história da ciência biológica - “Mathematical Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of Evolution” as objeções contra os mecanismos darwinistas eram feitas agora em termos matemáticos e empíricos. Não foram apenas os matemáticos os únicos céticos a levantar tais questões nos anos 60 do século 20. Em 1969, o jornalista e filósofo britânico Arthur Koestler organizou o Alpbach Symposium [Simpósio Alpbach] Beyond Reductionism [Além do Reducionismo] com “o expresso propósito de reunir biólogos críticos do Darwinismo ortodoxo”. [8] Koestler convidou apenas “personalidades na vida acadêmica com autoridade inquestionável nas suas áreas respectivas que, no entanto, compartilham desse santo descontentamento”. [9] Koestler escreveu um livro com o mesmo título provocador do simpósio: “Beyond Reductionism”. [10] Este antievolucionismo científico nem sempre questionou a macroevolução, mas sempre atacou o mecanismo de mutação e seleção natural. O exemplo mais importante deste gênero é o livro L’Evolution du Vivant[11] do renomado zoólogo francês Pierre Grassé.

Não tendo um substituto detalhado para o mecanismo de Darwin, Grassé sugeriu apenas que “fatores internos misteriosos” nos organismos os capacitam a evoluir em complexidade e diversidade e que somente os fósseis podem lançar a luz definitiva sobre a história da evolução. Ele concluiu o seu livro de maneira inusitada e provocadora: “É possível que neste domínio, a biologia, impotente, dê lugar à metafísica”. Theodosius Dobzhansky, biólogo da Columbia University, um dos fundadores do neoDarwinismo e considerado o pai da genética moderna, escreveu uma resenha respeitosa, mas resistente a Grassé -  Postular que a evolução é ‘orientada’ por alguma força desconhecida não explica nada... Mas rejeitar o que é conhecido e apelar para alguma futura descoberta misteriosa que possa explicar tudo, é contrário ao conceituado método científico” (curioso, mas atualmente o Dawkins faz exatamente isso, os evolucionistas contam com ‘futuras descobertas’ que irão trazer a resposta, até lá, a Fé na evolução deve se manter...). Dobzhansky resumiu assim o livro de Grassé:

“O livro de Grassé é um ataque frontal a todos os tipos de Darwinismo. O propósito dele é de ‘destruir o mito da evolução, como um fenômeno simples, entendido e explicado’, e demonstrar que a evolução é um mistério sobre o qual pouco é, e talvez possa ser, conhecido”. 
Apesar de discordar, Dobzhansky demonstrou respeito pelo caráter e reputação científica de Grassé - “Ora, alguém pode discordar de Grassé, mas não ignorá-lo. Ele é o mais distinto dos zoólogos franceses, o editor de 28 volumes do Traité de Zoologie, autor de numerosas investigações originais, e ex-presidente da Academia de Ciência. O seu conhecimento do mundo vivo é enciclopédico”. [ênfase adicionada] [12] Esse conhecimento enciclopédico de biologia por Grassé pesou muito na consideração do seu forte ceticismo sobre o papel da seleção natural na macroevolução. Foi em 1962 que surgiu um livro que foi lido, citado, discutido, debatido e amplamente aplicado em várias áreas do conhecimento humano por historiadores, filósofos e cientistas - A Estrutura das Revoluções Científicas” de Thomas Kuhn. [13]. Neste livro, Kuhn desmanchou a visão tradicional de que a ciência era estável, gradualmente progressiva e estritamente objetiva.

A obra de Kuhn surgiu justamente numa época em que ocorriam os primeiros ataques sofisticados contra o Darwinismo. As idéias de Kuhn faziam claramente parte de uma sinergia de críticas científicas e de modos de questionamentos diferentes que tornou possível o que antes era impensável - a imagem do paradigma darwinista - como uma fase prolongada, mas passageira e cheia de um fenômeno kuhniano: um paradigma em crise ‘esconde as suas anomalias’O Darwinismo que antes era considerado o ‘paradigma final’ da evolução que apenas podia ser estendido, preenchido e refinado, pela visão kuhniana, pode agora ser superado. Grassé disse que a evidência dos fósseis reina suprema na demonstração do que realmente ocorreu na evolução, mas desde os dias de Darwin os paleontólogos têm buscado em vão a confirmação dessa história. O problema da ausência persistente de gradualismo nas séries de fósseis levou Niles Eldredge (Curador de Invertebrados no Museu Americano de História Natural) e Stephen Jay Gould a elaborarem nos anos 70 do século 20 um novo modelo de mudança evolutiva chamado de equilíbrio pontuado:

“A extrema raridade de formas transicionais no registro fóssil persiste como o negócio secreto da paleontologia. As árvores genealógicas que adornam nossos livros-texto têm dados somente nas extremidades e nódulos de seus galhos; o resto é inferência, por mais que razoável, não é a evidência dos fósseis... Eu não quero de nenhuma maneira impugnar a validade potencial do gradualismo. Eu somente quero destacar que isso nunca foi ‘visto’ nas rochas”.[14]

O que antes era o negócio secreto da paleontologia Gould tornava público - 
“... a história da maioria dos fósseis das espécies inclui duas características inconsistentes com o gradualismo:

(1) Estase. A maioria das espécies não exibe mudança direcional durante a sua existência na Terra. Elas aparecem no registro fóssil parecendo muito semelhantes quando desapareceram; a mudança morfológica geralmente é limitada e sem direção.

(2) Surgimento abrupto. Em qualquer área local, uma espécie não surge gradualmente pela transformação constante de seus ancestrais; ela aparece de uma vez e ‘plenamente formada’”. [15] A proposta do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould foi uma solução revolucionária e conservadora. Modestamente revolucionária porque, contra Darwin, argumentavam que a porção significante da evolução não ocorre na transformação gradual de populações grandes e centrais, mas rapidamente em saltos evolutivos nas populações pequenas e isoladas em milhares de anos em vez de milhões de anos. Com a teoria do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould tornou mais fácil elaborar um caso cogente contra a macroevolução, embora isso não fosse a idéia que eles quiseram encorajar. O reconhecimento desta anomalia significante - a descontinuidade das formas biológicas - iniciou um processo conceitual de crise kuhniana na biologia evolutiva. Outras manifestações de ceticismo antidarwinista ocorreram antes de 1985 que ajudaram a moldar o terreno da retórica. Sir Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe argumentaram no livro Evolution from Space [16] que os processos aleatórios não poderiam ter formado a maquinaria bioquímica da célula, especialmente as enzimas. Eles chegaram a esta conclusão após terem calculado essa probabilidade: seria 1 em 1040.000. Embora tenham proposto uma hipótese esdrúxula de panspermia, [17] eles afirmaram:

“A teoria de que a vida foi organizada por uma inteligência tem, nós cremos, uma probabilidade muito maior do que 1 em 1040.000 de ser a explicação correta dos muitos fatos discutidos em capítulos precedentes... As especulações do [livro] Origem das Espécies se mostraram errôneas... É irônico que os fatos científicos derrubem Darwin mas deixam William Paley, uma figura de deboche para o mundo científico há mais de um século, ainda no torneio com uma chance de ser o vencedor definitivo”. [18]. Uma linha cética mais prudente veio de Colin Patterson, do Museu Britânico. Já em 1981 ele era conhecido pela sua reputação de livre pensador herético na sua área de cladística [a taxonomia das espécies e outros grupos]. [19] Em 1981 este evolucionista agnóstico niilista ia de conferência em conferência fazendo a famosa pergunta embaraçosa aos cientistas:

- “Vocês podem me dizer uma coisa que vocês sabem sobre a evolução, absolutamente qualquer coisa que seja verdadeira?” -

Eu tentei (falou ele) essa pergunta com a equipe de geologia do Museu Field de História Natural e a única resposta que eu obtive foi silêncio. Eu a tentei com os membros do seminário de Morfologia Evolutiva na Universidade de Chicago, um corpo muito prestigiado de evolucionistas, e tudo que eu consegui lá foi silêncio por um longo tempo e eventualmente uma pessoa disse: ‘Eu sei uma coisa! - não deve ser ensinada no ensino médio’”. [20]. Apesar da fama que a experiência de Miller-Urey ganhou em 1953 e de aparecer até hoje em livros-texto de biologia, a teoria da evolução química se tornou uma área problemática após investigação interdisciplinar de químicos, biólogos, físicos, astrônomos, geólogos e geoquímicos para descobrir os caminhos pelos quais a natureza produziu os tijolos construtores da vida ( nucleotídeos e aminoácidos) e a sua subseqüente ligação com cadeias de polímeros (proteínas, DNA e RNA) resultando em estruturas maiores e mais complexas chamadas de ‘protocélulas’. Outro livro importante neste ceticismo sobre a origem e a evolução da vida é “The Mystery of Life's Origin” de Charles Thaxton, Walter Bradley e Roger Olsen. [21]

A Crítica Secular Radical Antidarwinista de Michael Denton

Em 1985, Michael Denton, um bioquímico e médico britânico então desconhecido, publicou o livro “
Evolution: A Theory in Crisis” [Evolução: Uma Teoria em Crise]. 
A tese radical desenvolvida por Denton é a inadequação epistêmica das idéias fundamentais da teoria da evolução de Darwin - “Nenhum dos dois axiomas fundamentais da teoria macroevolutiva de Darwin - o conceito de continuidade na natureza... e a crença de que todo o design adaptivo da vida resultou de um processo cego aleatório - foram validados por uma única descoberta empírica ou avanço científico desde 1859” - [22] Este livro de Denton serviu de ímpeto inicial, inspiração e razões do Movimento do Design Inteligente nos Estados Unidos. Juntamente com o livro “The Mystery of Life’s Origin”, Denton praticamente estabeleceu o modelo retórico de valores, estilos de comunicação, propósitos, perspectivas e pressuposições do que veio a ser o genre retórico do Design. A tese de Denton é construída em três etapas:

(1) ele estabelece a divisão entre as duas teorias de Darwin (‘teoria especial’ de especiação, chamada de ‘microevolução’ e da ‘teoria geral’ da evolução de todas as formas de vida a partir de um ancestral comum, chamada de ‘macroevolução’). Darwin já havia feito esta distinção no livro Origem das Espécies.

(2) Uma feliz concessão a Darwin de que a modesta teoria da microevolução tem boa razão de ser aceita por todos os biólogos e o público, mas adverte ser ilegítimo extrapolar a macroevolução da microevolução, cap. 4;

(3) Sujeitar a teoria da macroevolução de Darwin à investigação empírica: taxonomia, homologia, fósseis, morfologia hipotética de intermediários, análise estatística de processos de busca aleatória (caps. 5-9, 13), biologia molecular (caps. 11-12), a origem da vida e a evidência de seqüências de aminoácidos em proteínas.

Esses capítulos questionam duas pedras fundamentais darwinianas de macroevolução - o mecanismo (
seleção de mutações aleatórias) e o fenômeno da ‘continuidade biológica’ a interconexão das coisas vivas numa linhagem contínua de descendência. 
Denton pergunta:

- “Há evidência empírica de transições, ou nós plausivelmente podemos reconstruir uma série de intermediários hipotéticos?” - Com esses questionamentos, Denton avança para uma tese central radical - “A macroevolução - o contínuo desenvolvimento evolutivo através da seleção de mutações aleatórias - não é apoiada por descobertas em qualquer área da biologia”.

E mais:

A teoria não é apoiada por evidência empírica nem por experimentos conceituais, isto é, por tentativas de se reconstruir caminhos evolutivos plausíveis. A pergunta que os Darwinistas não querem que seja feita, e que a mídia não divulga, é - “Se é este o verdadeiro estado da evidência, por que a comunidade científica diz ao público que a teoria de Darwin não é mais uma TEORIA, mas um FATO?” - No seu último capítulo, Denton tenta responder esta pergunta apresentando a segunda tese importante, com um corolário kuhniano -  É a ‘prioridade do paradigma’ que torna esses problemas e anomalias darwinianas invisíveis. Ele conclui que enquanto não surgir uma teoria naturalista melhor do que o paradigma de Darwin, ele deve ser e será considerado como verdade científica. Denton desenvolveu no seu livro a lógica anti-narrativa. São dois tipos distintos de anti-narrativas. A primeira subverte e inverte a história ortodoxa da ascensão do Darwinismo, mudando de um triunfo da verdade para o mergulho numa nova Idade das Trevas, a tirania do dogma que entorpece as mentes: a teoria darwinista se transformou num axioma auto-evidente que não há necessidade de prova, algo típico das religiões. Acreditam no que foi escrito, não exigem provas, e não toleram criticas.

Nesta anti-narrativa histórica revisionista, antigos dissidentes são mencionados - Cuvier, Owen, Agassiz e Pictet, e mais recentes como Goldschmidt e Hoyle. 
Denton salienta que o criticismo deles, empiricamente baseados, nunca foi respondido satisfatoriamente. A outra narrativa é a ‘narrativa da história da ciência’ (cap. 3). Aqui Denton mostra como que a teoria de Darwin se transformou ao longo do tempo em um dogma incontestável - “Ao passar dos anos após a revolução darwiniana, e assim que a evolução se tornou mais e mais consolidada em dogma, a gestalt da continuidade impôs-se em cada faceta da biologia. As descontinuidades da natureza não podiam mais ser percebidas. Conseqüentemente, o debate ficou inativo e havia menos necessidade de justificar a idéia da evolução pela referência aos fatos”.[23] Uma dissensão contra Darwin se torna - "por definição irracional e especialmente irritante se os dissidentes afirmarem estarem apresentando uma crítica racional"-

Denton acrescenta:

"É irônico refletir isso enquanto que Darwin considerou uma vez ser herético questionar a imutabilidade das espécies, hoje em dia é herético questionar a idéia da evolução" - A Teoria da Evolução se transformou claramente num dogma da religião materialista/ateísta, e agora é defendida por motivos de ideologia, e não mais de ciência. Denton finaliza este capítulo com uma citação de Paul Feyerabend sobre o poder do dogma metafísico em modelar a imagem da verdade, onde - "a estabilidade atingida, a aparência de verdade absoluta, é nada a não ser o resultado de um conformismo absoluto" - Essa verdade funciona como mito, e "o mito é, portanto, de nenhuma relevância objetiva, ele continua a existir somente como resultado do esforço da comunidade de crentes e dos seus líderes, sejam esses agora sacerdotes ou ganhadores do prêmio Nobel. O seu 'sucesso' é inteiramente fabricado pelo homem". [24] - Todavia, Denton considera que a teoria - “ainda é, como no tempo de Darwin, uma hipótese altamente especulativa completamente sem apoio direto concreto e muito distante daquele axioma auto-evidente que muitos dos seus mais agressivos defensores gostariam que nós acreditássemos”- [25]. Um fato digno de menção é que o livro “Evolution: A Theory in Crisis” influenciou um número expressivo de professores universitários americanos que se tornaram céticos de Darwin - um deles iniciou o Movimento pelo Design Inteligente: Philip Johnson. [Juiz Federal]

Notas:

[1] Vide Xenophon, Memorabilia of Socrates, Book I, chapter 4; Plato, The Laws, Book X.
[2] SCHILLER, F.C. S., “Darwinism and Design Argument,” in Schiller, Humanism: Philosophical Essays (Nova
York: The Macmillan Co., 1903, p. 141.
Este ensaio foi primeiramente publicado no Contemporary
Review em junho de 1897.
[3] MOORHEAD, P. S. e KAPLAN, M. M., eds. Mathematical Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of
Evolution (Filadélfia: Wistar Institute Press, 1967)
[4] Medawar nasceu no Brasil, mas nunca optou pela nacionalidade brasileira. Seria o nosso primeiro laureado com o Prêmio Nobel.
[5] MOORHEAD, P. S. e KAPLAN, M. M., op. cit. vol. 5 p. xi.
[6] Ibid.
[7] Ibid.
[8] Outros eminentes participantes: Holgar Hyden (neurobiólogo), Paul Weiss e W. H. Thorpe (zoólogos), David McNeil (lingüista) e Jean Piaget (psicólogo e educador).
[9] KOESTLER, Arthur. Beyond Reductionism. Londres: Hutchinson & Co. Ltd., 1969, p. 2
[10] KOESTLER, Arthur. Beyond Reductionism. Londres: Hutchinson & Co. Ltd., 1969
[11] Traduzido em inglês como Evolution of Living Organisms. Nova York: Academic Press, 1977.
[12] Citado por Phillip Johnson in Darwin on Trial, Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1993, 2a. ed., p. 174-75.
[13] KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 1998, 5a. ed.
[14] GOULD, Stephen Jay. The Panda’s Thumb. Nova York: W. W. Norton, 1980.
[15] Ibid, in The Episodic Nature of Evolutionary Change, p. 182.
[16] HOYLE, Fred e WICKRAMASINGHE, Chandra. Evolution from Space. Londres: J. M. Dent, 1981.
[17] Ibid. A especulação absurda de Hoyle é de que uma inteligência alienígena habitou dissimuladamente na Terra em forma de numerosas espécies de insetos.
[18] Ibid, p. 96.
[19] Vide Evolution: A Theory in Crisis, de Michael Denton, p. 138-139.
[20] Esta palestra foi gravada sem o consentimento de Patterson, mas numa entrevista com o jornalista Tom Bethell ele reafirmou esta sua posição. Vide Deducing from Materialism in National Review, 29 de agosto de 1986, p. 43.
[21] THAXTON, Charles, BRADLEY, Walter e OLSEN, Roger. The Mystery of Life's Origin. Nova York:
Philosophical Library, 1984. Este livro é considerado o ponto inicial do MDI. Edição esgotada.
[22] DENTON, Michael Denton. Evolution: A Theory in Crisis. Bethesda, MD: Adler & Adler, 1986, p. 345.
[23] Ibid, p. 74.
[24] FEYERABEND, Paul. Problems of Empiricism in Beyond the Edge of Certainty, R. G. Colodny, 1965, p. 176.
[25] Ibid, p. 77.


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Fontes:




Índice, todos os artigos contra a Evolução reunidos: http://seteantigoshepta.blogspot.com/2009/08/pagina-de-indice-todos-os-artigos-que.html

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