As Aventuras de Pi, filme incentiva como se deve ter muita Fé em Deus? E mostra como Deus sempre está presente na vida de quem tem a "Verdadeira Fé" com muitas vantagens sob Ateus e Agnósticos?
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Eu já ouço falar do Filme "As aventuras de
Pi" desde que ele estava no cinema, mas nunca pude ir ver, as pessoas que
o indicam a mim, na sua maioria adeptos da religião New Age, fazem comentários
tais como: - "lindo filme, fala de espiritualidade e paz!" -
"Filme sobre como ter muita fé em deus, uma história linda de vitória da
espiritualidade!" - "exemplo a ser seguido!" - "mostra como a
fé, quando seguida, leva sempre a vitória!" - "uma lição de Fé!" - "a vitória da espiritualidade sob o Ego!", e outras afirmativas equivocadas.
Agora finalmente eu o assisti, e conclui que não é
nada do que falam! As pessoas simplesmente assistem o filme, e não entendem, não prestam atenção no real recado que a obra passa. No filme um indiano fica a
deriva no mar por mais de 227 dias, tendo como companhia alguns animais, que
acabam morrendo no começo, só restando um tigre adulto macho. A estória é tremendamente fantasiosa, quem assistir
o filme vai perceber isso claramente. Porém no final a verdadeira história (com H maiúsculo) é
contada.
A verdadeira história é muito triste e trágica,
depois do naufrágio 4 pessoas se salvaram no bote salva vidas. Um cozinheiro, um homem cruel e psicopata, um marinheiro vegetariano budista, a mãe de Pi, uma
senhora de uns 50 anos, e o próprio Pi um jovem de apenas 17 anos.
O Marinheiro budista caiu de uma altura muito alta,
e quebrou a perna, e estava muito mal, e doente, tendo febre, etc... ai o
cozinheiro, achando que ele iria morrer mesmo, pede a mãe de Pi e ao próprio
Pi para segurar o marinheiro, porque ele iria fazer uma compressa e colocar na
perna quebrada, mas em vez disso, ele esfaqueou o marinheiro várias vezes, para
matá-lo de vez e assim poder usar seu corpo como isca para pescar peixes.
Pi e a mãe ficaram horrorizados, criticaram o cozinheiro,
mas esse não deu a mínima. Passado alguns dias, o cozinheiro começou a bater em
Pi por ele ter deixado uma tartaruga escapar. Nisso a mãe vem defendê-lo, e
durante a briga o cozinheiro a mata a facadas também, e a joga no mar para os
tubarões.
Pi então espera ele dormir, e o mata, ficando sozinho no bote, até
este ir parar na costa oeste do México 227 dias depois do naufrágio. A estória dos animais, e toda aquela confusão com o
tigre, é apenas uma fantasia de Pi, baseada na história real, para amenizar, para não admitir o que realmente tinha acontecido.
Filme mostra como temos de ter fé em deus, que no
final dá tudo certo? Mostra exemplo de controle do Ego inferior, representado pelo Tigre?
Tanto que ele diz no final: “o que preferem? A dura realidade dos fatos,
mas que de qualquer modo não se pode provar, ou a 'bela' historia envolvendo os animais, o que não se pode provar
de qualquer modo?”.
O que há de “bonito”
no filme? Onde está a “Lição de Fé”
que ele trás? Onde houve algum milagre que justifique “acreditar em Deus, confiar, ter muita fé?”, onde está o “prêmio”, de ter muita fé e confiança na providência divina?
A história é
trágica, é uma desgraça completa, se prova alguma coisa é a de que deus é
econômico com os milagres. Primeiro a família de indianos vai à falência e por
isso tem de vender os animais e procurar outro rumo para as suas vidas.
Na
viagem para o Canadá o Navio afunda devido a grandes ondas de uma
tempestade, animais, e todas as pessoas do navio morrem afogadas, restando
apenas 4, onde 3 são brutalmente assassinados, restando apenas o jovem de 17
anos que então chega na costa do México levado pelas correntes
marinhas.
Não vi onde ouve uma interferência divina, milagrosa,
maravilhosa que provou que Deus existe e que tudo é muito “maravilhoso” e está tudo certo...
O filme então na verdade fala de fuga da
realidade, de alienação. Mostra como o personagem principal, extremamente
religioso, [acredita nas três piores
religiões que existem, cristianismo, islamismo e hinduísmo] amenizou a
realidade, se entregando a um conto de fantasia para não admitir os fatos
tristes que aconteceram, ele se esconde atrás de 'justificativas' religiosas para não reconhecer a desgraça completa
que é esse mundo em que vivemos.
A moral da história é que as
religiões não servem para nada mesmo, só servem para as pessoas ficarem anestesiadas/dopadas,
e não enxergar claramente o que REALMENTE acontece a sua volta. A crença
religiosa, a “Fé” serve apenas para
achar desculpas esfarrapadas para justificar, o injustificável.
- “A Religião é
o Ópio da Humanidade”- [Karl Marx,
filósofo, historiador e teórico político].
Esse filme é muito parecido com o “A Vida é Bela” de Roberto Benigni, onde um menino de
apenas 5 para 6 anos fica num campo de concentração junto com o Pai, e o pai
para não ter de dizer a verdade sobre o que ocorre ali, passa a mentir
sistematicamente, dizendo que tudo o que ocorre ali é apenas um "grande
jogo", mas que no final, os mais perseverantes vão ganhar um grande prêmio.
Então o que estamos vendo aqui, e em todas essas obras que
defendem a fuga da realidade é uma filosofia infantil que diz basicamente para
a gente não reconhecer a realidade como ela realmente é, mas sim fazer vista
grosa, fantasiar, criar justificativas retóricas para seguir numa falsa “paz
interior”, que é baseada em pura ilusão dos contos de fadas da religião.
A
"paz" que essa pseudo-filosofia defende é a mesma “paz” que uma
pessoa gravemente ferida tem, depois de ser anestesiada. Por acaso a anestesia
vai resolver alguma coisa referente ao ferimento? Não... uma operação sim.
A vida é bela,
outro filme que fala sobre fuga da realidade, e ilusões danosas
Mas o que a filosofia new age e das religiões num
geral defendem, é apenas usar a anestesia a vida toda, até que a morte chegue.
É fuga da realidade, em vez de se admitir a situação real, e assim fazer algo
concreto para mudá-la. Não sou adepto dessa filosofia, o trabalho que
exerço, a "Iniciação o 'Salto' [Clique Aqui]" é autoconhecimento completo, e
devastador.
Não estou interessado em eternizar erros, nem reformar equívocos. O
que queremos é acordar as pessoas para reconhecerem o que está acontecendo de
fato, para mudar esses fatos, concretamente, e não apenas se esconder debaixo
do lençol, achando com isso que já tá tudo resolvido.
Conclusão Final
- O filme trata apenas da estória
fantasiosa, criada pelo personagem principal baseada em contos religiosos para não
admitir a realidade dos acontecimentos. Não é um conto místico incrível, que
encerra uma grande lição, é isso sim um conto delirante, de uma pessoa que
teima em não aceitar a triste realidade, e assim foge para as ilusões... nada
mais, nada menos.
O engraçado é
verificar centenas de sites, tanto brasileiros, como estrangeiros, falando
sobre os 'princípios da criação',
sobre como a universo é criado por deus, de como tudo está no seu devido lugar,
pelo amor do criador, sobre como as cenas psicodélicas mostra princípios da
cabala, da matemática, da física quântica, do Big Bang, da sinfonia das
esferas, e blá, blá, blá...
Essa gente toda não
entende que na verdade tudo isso é usado pelo personagem principal como FUGA DA
REALIDADE?
Ele usa esses "maravilhosos
princípios", para não enxergar o obvio, a grande tragédia e desgraça que é a sua miserável vida.
Todos esses princípios místicos, religiosos, esotéricos são apenas
Ópio usado pelo personagem para não reconhecer a triste verdade. Em vez de se
afogar em álcool, maconha, LSD ou cocaína, ele se afoga em ilusões religiosas e místicas delirantes. Dopado pelas
belas palavras, pela miragem das ilusões do deserto.
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