Você Sabe o que é “O Salto Quântico Genético”?
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Jesus Cristo Nunca Existiu, por La Sagesse
- “Não espere ser salvo(a) por Deus nenhum, salve a si mesmo, seja você o Deus!” -
- “Jesus é miragem do deserto... faz a gente beber areia achando que é água” -
(Bruno Guerreiro de Moraes)
- “A FÁBULA de Cristo é de tal modo lucrativa que seria loucura advertir os ignorantes de seu erro”. (Papa Leão X, durante o ‘Quinto Concílio de Latrão’ - 1513-1517 - por John Bale, Clérigo)
- “A FÁBULA de Cristo é de tal modo lucrativa que seria loucura advertir os ignorantes de seu erro”. (Papa Leão X, durante o ‘Quinto Concílio de Latrão’ - 1513-1517 - por John Bale, Clérigo)
Suetônio, que existiu
quando Jesus teria vivido, escreveu a “História dos Doze Césares”, relatando os
fatos de seu tempo. Referindo-se aos judeus e sua religião, apenas falou em
“distúrbios de judeus exaltados em torno de Crestus”. Por aí se vê que ele não
se referia aos cristãos, porquanto, eles sempre se mostraram humildes e obedientes
à ordem constituída, evidentemente a fim de passar, tanto quanto possível,
despercebidos. Desse modo, iriam solapando o poder imperial, manhosamente, como
realmente aconteceu.
Suetônio escreveu
ainda que haviam supliciado alguns cristãos que eram gente que se dedicava
demasiado a tolas superstições, orientadas por uma ideia malfazeja. Disse mais
que Nero tivera de mandar expulsar os judeus de Roma, porque eles estavam
sempre se sublevando, instigados por Crestus. Os cristãos estavam sempre
organizados de modo a atrair aos escravos, sem, contudo, desagradar às
autoridades.
Assim sendo, jamais provocariam tumultos. Os cristãos aos quais Suetônio refere-se poderiam ser os zelotes, os essênios ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus Cristo, porquanto, conforme já dissemos acima, os cristãos eram ensinados a não provocar desordens.
Assim sendo, jamais provocariam tumultos. Os cristãos aos quais Suetônio refere-se poderiam ser os zelotes, os essênios ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus Cristo, porquanto, conforme já dissemos acima, os cristãos eram ensinados a não provocar desordens.
Plínio, o Jovem,
viveu entre os anos 62 e 113, tendo sido subpretor da Bitínia. Na carta enviada
ao imperador, perguntava como agir em relação aos cristãos, ao que Trajano teria
respondido que agisse apenas contra os que não renegassem à nova fé.
Entretanto, não ficou evidenciado a quais cristãos, exatamente, eram feitas as referências:
se aos crestãos ou aos cristãos. De qualquer forma, a carta em questão, após
ser submetida a exames grafotécnicos e métodos rádio-carbônicos, revelou haver
sido falsificada.
Justiniano, Imperador
romano, mandou queimar os escritos de Porfírio, através de um edito, em 448,
alegando que: “impelido pela loucura, escrevera contra a santa fé cristã”. Vespasiano, ao
morrer, disse: “Que desgraça! Acreditei que me havia tornado um deus imortal!”.
Suas palavras justificam-se pela credulidade supersticiosa. Partindo do
preceito ensinado pelos judeus, aliás, um falso preceito, de que Cristo havia
subido ao céu com corpo e alma, não seria de estranhar que os imperadores pretendessem tornar-se deuses, a fim de escapar ao inapelável destino dos que
nascem: a morte.
Calígula, por isso,
fizera-se coroar como Deus-Sol, o Sol Invictus, o Helius. Nessa época o Império
romano, embora em declínio, ainda dominava uma porção de províncias afastadas
de Roma. O homem espoliado pela força bruta, unificada em torno das regiões,
sentindo não ser possível contar com a justiça humana, passa a esperar pela
justiça dos deuses. Mas, mesmo assim, teriam de apelar para os deuses dos
pobres e não dos ricos, privilegiados e poderosos.
Conta a lenda que
Osíris, o deus solar dos egípcios, foi morto por seu irmão Seth, o qual dividiu
o corpo em 14 pedaços e os espalhou pelo mundo afora. Ísis, sua esposa e irmã,
saiu em busca dos pedaços, levando seu filho Hórus ao colo. Todos os anos o
povo fazia a festa de Ísis, relembrando o acontecimento. Havendo conseguido juntar
todas a partes do corpo, Osíris ressuscitou, passando a ser incensado como o
deus da morte e da sombra.
Fora uma ressurreição
conseguida pelo amor da esposa. Ísis separou a terra do céu, traçou a órbita
dos astros, criou a navegação e destruiu todos os tiranos. Comandava os rios,
as vagas e os ventos. Seu culto assemelhava-se muito ao de Astartê, de Adônis e
de Átis, religiões muito aparentadas entre si, dominando toda a orla do
Mediterrâneo. Seu culto era uma reminiscência do culto de Tamus, um deus
babilônio, cuja doutrina ensinava que os deuses nasciam e renasciam,
ressuscitando-se.
O judaísmo e, mais
tarde, o cristianismo, beberam dessas fontes grande parte da sua liturgia. No
cristianismo, encontramos Ísis representada pela Virgem Maria e Hórus
transformado em Jesus Cristo. Maria e Jesus, fugindo de Herodes e indo para o
Egito, é a mesma lenda de Ísis e Hórus, fugindo de Seth.
O Deus-Homem que
morria e ressuscitava já era uma velha “crença religiosa” naqueles tempos. O
cristianismo apenas deu novos nomes e novas roupagens aos deuses de velhas
crenças. A revelação de Deus aos homens é outra lenda cuja origem perde-se na
noite dos tempos. Muitos séculos antes do surgimento do judaísmo, Zoroastro ou
Zaratrusta havia criado uma religião, segundo a qual havia uma eterna luta
entre o bem e o mal.
Aura Mazzda ou
Ormuzd, o deus do fogo e da luz, representava o bem em luta contra Angra Maniú
ou Iarina, o deus das trevas. Nessa luta, Ormuzd foi auxiliado por seu filho Mitra,
o espírito do bem e da justiça, mediador entre Ormuzd e os homens. Ormuzd
mandou seu filho à terra, o qual nasceu de uma virgem pura e bela, que o concebeu
através de um raio de sol. Morreu e ressuscitou em seguida.
Essa religião foi
levada para Sicília pelos marinheiros persas, nos últimos séculos da era
passada.
Inventando o cristianismo, os judeus nada mais fizeram do que sincretizar o judaísmo ortodoxo com a religião de Mitra, sem esquecer de Osíris e Átis, cujas religiões eram também muito aceitas em Roma e Alexandria.
Inventando o cristianismo, os judeus nada mais fizeram do que sincretizar o judaísmo ortodoxo com a religião de Mitra, sem esquecer de Osíris e Átis, cujas religiões eram também muito aceitas em Roma e Alexandria.
Vestígios do
mitraísmo foram encontrados em escavações recentes, feitas em Óstia, os quais
datam do século I. O mitraísmo era praticado em catacumbas, em grutas e em
subterrâneos. O cristianismo copiou-lhe a prática. Daí porque disseram ter
Jesus nascido em uma gruta e, nos primeiros tempos, o cristianismo foi praticado
em catacumbas.
Assim sendo, os
cristãos foram para as catacumbas, não fugindo das autoridades imperiais, mas
tão-somente para observar o ritual mitraico. Os mitraicos também davam seus
banquetes subterrâneos, eram os banquetes pessoais, comuns nos ritos solares e
no judaísmo. Em ambos, havia o rito do pão e do vinho.
Mitra, o Sol
Invictos, era festejado em dezembro, como Jesus. Outras aproximações entre o
culto de Mitra e o de Jesus, no cristianismo: o uso da cruz do Sol Radiante, a
cruz do Sol Invictus a qual expandia raios; o uso da pia batismal com a água
benta, as refeições comunais, a destinação do domingo para o descanso em homenagem
ao Senhor; a águia e o touro do ritual mitraico foram tomados para símbolos dos
evangelistas Marcos e Lucas. Antigos quadros e painéis trazem a figura dos
evangelistas com a cabeça desses animais.
Do judaísmo, copiaram
a crença da imortalidade da alma, a vida no além, o Inferno, o diabo, a
ressurreição, o dia do juízo; práticas e crenças igualmente existentes no mitraísmo.
Graças a esses espertos arranjos, durante muito tempo, o crente frequentou
indiferentemente o templo cristão, de Mitra ou de Ísis, crendo estar na Igreja antiga,
onde iam consultar o oráculo.
Por isso, Teofilo, em
Alexandria, mandou construir um templo cristão ao lado de um templo de Ísis,
onde se anunciava o oráculo quando as profecias vinham de uma revelação astral,
mediante a camuflagem das vozes de antigos bispos ali enterrados. Uma das
coisas que favoreceram o cristianismo foi a abolição do sacrifício sangrento.
Muitos correram a abraçar a nova crença para escapar da morte em um desses atos
propiciatórios.
Spinoza e Hobbes, no
século XVIII, mostraram que o Pentateuco foi composto no século II a.C. graças
ao que o sacerdote judeu havia aprendido no cativeiro babilônio, fato que
aconteceu no século IV a.C. Em seguida, mostraram uma série de contradições
quanto à cronologia. Em uma das fontes, apresentam Adão e Eva como tendo sido
criados ao mesmo tempo, enquanto em outra informam que ela havia sido feita de
uma costela de Adão. Em uma, o homem aparece antes dos outros animais, na outra
os animais surgem primeiro.
Levantamentos arqueológicos
do começo do século XX, levados a efeito nos subsolos da Babilônia, provaram que
o Deuteronômio resultou, em grande parte, do que os sacerdotes judeus haviam
copiado da legislação religiosa, civil e criminal de Hamurabi, a qual por sua
vez resultara do que se sabia da civilização acádia, e que naqueles tempos já
era vetusta. Isaías, ao profetizar acerca de diversos reis de várias épocas,
mostra que seu nome foi inventado séculos depois dos fatos haverem ocorrido. Um
desses reis foi Dano, rei persa que governou em 538 a.C., quando libertou os
judeus do cativeiro.
Herodes morreu no ano
IV a.C., foi responsabilizado pela matança dos inocentes, para compor o
controvertido romance da fuga para o Egito. Tudo o que até agora temos relatado
constitui provas evidentes de que a Bíblia não tem a antiguidade nem a veracidade
que lhe pretendem imprimir.
Os zilotas que seguiam a linha comunista dos
essênios combatiam tanto os judeus ricos como a ocupação romana. Os essênios,
ao professar, faziam votos de pobreza, quando juravam nada contar da seita para
os estranhos e nada ocultar dos companheiros. Era um dos ramos do judaísmo em
que não mais se oferecia sacrifício sangrento, o que foi copiado pelo cristianismo.
Os Evangelhos foram
compostos para enquadrar Jesus no que está previsto no versículo 17 do salmo
22. De modo que Jesus não passou de um ator arranjado para representar o drama
do Gólgota. Cumpriu as Escritas como ator e não como sujeito de uma vida real.
Reimarus, filósofo alemão que morreu em 1768, estudou a fundo a história de
Jesus.
Chegou a conclusões irrefutáveis, que assombraram a Igreja muito mais do
que Copérnico ou Darwin. Disse que, se Jesus tivesse mesmo existido, seria,
quando muito, um político ambicioso que fracassara completamente em suas
conspirações contra o governo.
Emmanuel Kant foi o
primeiro filósofo que conseguiu racional e inteligentemente expulsar Jesus da
história humana, através de uma impressionante e profunda exegese do herói do
cristianismo. Volney, em “As Rumas de Palmira”, após regressar de uma longa
viagem de pesquisas sobre Antiguidade clássica pelo Oriente Médio, elaborou o
trabalho acima referido, no qual nega a existência física de Jesus Cristo.
Arthur Drews igualmente viveu muitos anos na Palestina
dedicando-se ao estudo de sua história antiga; concluiu que Jesus Cristo jamais
foi um acontecimento palestino. Examinou todos os lugares pelos quais os evangelistas
pretenderam tivesse Jesus passado. Constatou, então, que o cristianismo foi
totalmente estruturado em mitos; entretanto, organizado de modo a assumir o
aspecto de verdade incontestável, a ser imposta pela Igreja. Todavia, para
sorte nossa, homens estudiosos e inteligentes contestam as falsas verdades elaboradas
pelo cristianismo, com argumentos irretorquíveis.Dupuis disse que, aqueles que fizeram de Jesus um homem, conseguiram enganar tanto quanto os que o transformaram em um deus. Em suas observações, deixa patente que o romance de Jesus nada mais é do que a repetição das velhas lendas dos deuses solares. Vejamos suas palavras: “Quando tivermos feito ver que a pretensa história de um deus que nasceu de uma virgem, no solstício do inverno, depois de haver descido aos infernos, de um deus que arrasta consigo um cortejo de doze apóstolos, — os doze signos solares — cujo chefe tem todos os atributos de Jano, um deus vencedor do deus das trevas, que faz transitar o homem império da luz e que repara os males da natureza, não passa de uma fábula solar… ser-lhe-á pouco menos indiferente examinar se houve algum príncipe chamado Hércules, visto haver-se provado que o ser consagrado por um culto, sob o nome de Jesus Cristo, é o Sol, e que o maravilhoso da lenda ou do poema tem por objeto este astro, então parecerá que os cristãos tem a mesma religião que os índios do Peru, a quem os primeiros fizeram degolar”.
Albert Kalthoft diz que Jesus personifica o movimento sócio-econômico que no século I sublevava o escravo, o pobre e o proletário. O seu messianismo foi espertamente aproveitado pelos líderes dos judeus da diáspora, aqueles que exploravam a desgraça do judeu pobre em benefício próprio. Acrescenta que a divergência que existe entre os quatro evangelistas resulta das várias tendências daquele movimento social revolucionário nascido em Roma, do qual a versão palestina é apenas o reflexo.
Salonmon Reinach, em
“Orheus”, salienta o completo silêncio dos autores contemporâneos de Jesus
Cristo acerca de sua pretensa existência. Tal silêncio verifica-se tanto entre
os escritores judeus como entre os não judeus. Examina em profundidade as “Acta
Pilati” e constata que os acontecimentos que o cristianismo situou em seu
governo não foram do que ressuscitou no equinócio da primavera, de seu
conhecimento, e assim sendo Pilatos jamais soube qualquer coisa a respeito de
Jesus Cristo.
Pierre Louis Couchoud
afirma que a existência real de Jesus é indemonstrável, do ponto de vista
histórico. E acrescenta que as referências feitas por Flávio Josefo a Jesus não
passam de falsificação de textos, sobejamente provada hoje pelos peritos da
crítica histórica.
Os maiores movimentos históricos tiveram como origem os
mitos, cujo papel social é dar forma aos anseios inconscientes do povo.
Compara, inclusive, a lenda de Jesus com a de Guilherme Tell, na Suíça. Todos
sabem tratar-se de uma lenda nacional, todavia, Guilherme Tell é ali reverenciado
como herói verdadeiro e real. Seu nome promove a união política dos cantões,
embora falem línguas diferentes.
É possível que o
mesmo aconteça em relação a Jesus e o cristianismo. Estando em jogo interesses
de ordem social, política e, sobretudo, econômica, os líderes cristãos preferem
deixar o mito de pé, pois enquanto houver cristãos, sua profissão estará
garantida e os lucros continuarão sendo por eles auferidos.
O que se faz
necessário é que o povo seja esclarecido acerca dos assuntos de crenças e
religiões nos termos da verdade, da razão e da lógica, a fim de que, se libertando
dos velhos preconceitos e tabus, possa enfim ver o mundo e as coisas em sua
realidade objetiva. E não ignoramos qual a realidade objetiva que predomina no
cristianismo: é a exploração dos menos aquinhoados intelectual e
economicamente. Quem mais contribui para as campanhas da Igreja são aqueles que
menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas ideias e crenças
religiosas. Sua pobreza material alia-se à pobreza intelectual.
Uma boa dose de
conhecimentos científicos é certamente a melhor maneira de remover os
obstáculos à libertação do homem, criados pelos lideres religiosos, em suas pregações.
Entretanto, sabemos que nem sempre é possível a aquisição de tais conhecimentos.
Muitos são os fatores que se interpõem entre o homem pobre, o operário, o
trabalhador, e a cultura. Um desses fatores, por sinal, muito ponderável, é o
econômico-financeiro.
Como fazer para ir à
escola, comprar livros, etc, se tem que trabalhar duro pela vida, e o que ganha
mal dá para sobreviver? Bem poucos são os que
conseguem reunir os conhecimentos necessários que lhe permitam enxergar mais
longe e romper as invisíveis cadeias que os prendem aos dogmas e preconceitos
ultrapassados pela razão e pela ciência.
O mais cômodo para
aqueles deserdados será esperar a recompensa das agruras da vida no céu, após a
morte. Afinal de contas, os padres e os pastores estão aí para isto: vender
Deus e o céu a grosso e no varejo. Tobias Barreto escreveu estes inolvidáveis
versos: “Se é sempre o mesmo
engodo; Se o homem chora e continua escravo;
De que foi que Jesus salvar-nos
veio?” Poderá alguém responder a tal interrogação satisfatoriamente?
Provavelmente não. É possível que, movido pela mesma razão, Proudhon tenha
escrito: “Os que me falam em religião querem o meu dinheiro ou a minha
liberdade”. Desta forma, em poucas palavras, ficou bem claro o sentido e o
objetivo da religião: subtrair ao indivíduo a sua liberdade de pensamento e de
ação, e, com ela, o seu dinheiro.
III - As Falsificações
Vimos, assim, que os
únicos autores que poderiam ter escrito a respeito de Jesus Cristo, e como tal
foram apresentados pela Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio.
Invocando o testamento de tais escritores, pretendeu a Igreja provar que Jesus
Cristo teve existência física, e incutir como verdade na mente dos povos todo o
romance que gira em torno da personalidade fictícia de Jesus.
Contudo, a ciência
histórica, através de métodos modernos de pesquisa, demonstra hoje que os
autores em questão foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas súbitas
mudanças de assunto para intercalações feitas posteriormente por terceiros.
Após a prática da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo
autor.
Tomemos,
primeiramente, Flávio Josefo como exemplo. Ele escreveu a história dos
acontecimentos judeus na época em que pretensamente Jesus teria existido. Os
falsificadores aproveitaram-se então de seus escritos e acrescentaram: “Naquele
tempo nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas
admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade.
Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos. Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã, que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa”.
Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos. Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã, que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa”.
Depois deste trecho,
passa a expor um assunto bem diferente no qual refere-se a castigos militares
infligidos ao populacho de Jerusalém. Mais adiante, fala de alguém que
conseguira seus intentos junto a uma certa dama fazendo-se passar como sendo a
humanização do deus Anúbis, graças aos ardis dos sacerdotes de Ísis. As palavras
a Flávio atribuídas são as de um apaixonado cristão. Flávio jamais escreveria
tais palavras, porquanto, além de ser um judeu convicto, era um homem culto e
dotado de uma inteligência excepcional.
O próprio Padre
Gillet reconheceu em seus escritos ter havido falsificações nos textos de
Flávio, afirmando ser inacreditável que ele seja o autor das citações que lhe
foram imputadas. Além disso, as polêmicas de Justino, Tertuliano, Orígenes e
Cipriano contra os judeus e os pagãos demonstram que Flávio não escreveu nem
uma só palavra a respeito de Jesus.
Estranhando o seu silêncio, classificaram-no de partidário e faccioso. No entanto, um escritor com o seu
mérito escreveria livros inteiros acerca de Jesus, e não apenas um trecho. Bastaria,
para isto, que o fato realmente tivesse acontecido. Seu silêncio, no caso, é
mais eloquente do que as próprias palavras.
Exibindo os escritos
de Flávio, Fócio afirmava que nenhum judeu contemporâneo de Jesus se ocupou
dele. A luta de Fócio, que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi patriarca de
Constantinopla, teve ensejo justamente por achar desnecessário a Igreja lançar
mãos de meios escusos para provar a existência de Jesus. Disse que bastaria um
exemplar autêntico não adulterado pela Igreja e fora do seu alcance para por em
evidência as fraudes praticadas com o objetivo de dominar de qualquer forma.
Embora crendo em Jesus Cristo, combateu vivamente os meios sub-reptícios
empregados pelos Papas, razão porque foi destituído do patriarcado bizantino e
excomungado.
De suas 280 obras, apenas restou o “Myriobiblion”, tendo o resto sido consumido, provavelmente por ordem do Papa. Tácito escreveu: “Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem, no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara. Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só na Judeia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e vergonhosas. Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários professando um ódio mortal ao Gênero humano”.
De suas 280 obras, apenas restou o “Myriobiblion”, tendo o resto sido consumido, provavelmente por ordem do Papa. Tácito escreveu: “Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem, no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara. Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só na Judeia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e vergonhosas. Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários professando um ódio mortal ao Gênero humano”.
Conhecendo muito bem
o grego e o latim, Tácito não confundiria referências feitas aos seguidores de
Cristo com os de Crestus. As incoerências observadas nessa intercalação
demonstram não se tratar dos cristãos de Cristo, nem a ele se referir. Lendo-se
o livro em questão, percebe-se perfeitamente o momento da interpelação.
Afirmar que fora
Cristo o instigador dos arruaceiros é uma calúnia contra o próprio Cristo. E
conforme já referimos anteriormente, os cristãos seguidores de Cristo eram
muito pacatos e não procuravam despertar atenção das autoridades para si. Como
dizer em um dado momento que eles eram retraídos e, em seguida, envolvê-los em
brigas e coisas piores? É apenas mais uma das contradições de que está repleta a
história da Igreja.
Ganeval afirma que
foram expulsos de Roma os hebreus e os egípcios, por seguirem a mesma
superstição. Deduz-se então que não se referia aos cristãos, seguidores de
Jesus Cristo. Referia-se aos Essênios, seguidores de Crestus, vindos de
Alexandria. A Igreja não conseguiu por as mãos nos livros de Ganeval, o que
contribuiu ponderavelmente para lançar uma luz sobre a verdade. Por intermédio
de seus escritos, surgiu a possibilidade de provar-se a quais cristãos,
exatamente, referia-se Tácito.
Suetônio teria sido
mais breve em seu comentário a respeito do assunto. Escreveu que “Roma expulsou
os judeus instigados por Crestus, porque promoviam tumultos”. É evidente,
também, a falsificação praticada em uma carta de Plínio a Trajano, quando perguntava
o que fazer aos cristãos, assunto já abordado anteriormente.
O referido texto,
após competente exame grafotécnico, revelou-se adulterado. É como se Plínio
quisesse demonstrar, não apenas a existência histórica de Jesus, mas sua
divindade, simbolizando a adoração dos cristãos. É o quanto basta para
evidenciar a fraude.
Se Jesus Cristo
realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os
escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e
autêntica documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus
ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se tivesse de fato existido,
teriam falado dele abundantemente. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida
seriam objeto de vasta explanação.
Entretanto, em
documentos históricos não se encontram referências dignas de crédito,
autênticas e aceitáveis pela história. Em tais documentos, tudo o que fala de
Jesus e sua vida é produto da má-fé, da burla, de adulterações e intercalações
determinadas pelos líderes cristãos. Tudo foi feito de modo a ocultar a
verdade.
Quando a verdade esta
ausente ou oculta, a mentira prevalece. E há um provérbio popular que diz: “A
mentira tem pernas curtas”. Significa que ela não vai muito longe, sem que não
seja apanhada. Em relação ao cristianismo, isto já aconteceu. Um número
crescente de pessoas vai, a cada dia que passa, tomando conhecimento da
verdade. E, assim, restam baldados os esforços da Igreja, no que concerne aos
ardis empregados na camuflagem da verdade, visando alcançar escusos objetivos.
IV - O Doloroso
Silêncio Histórico
A existência de Jesus
Cristo é um fato jamais registrado pela história. Os documentos históricos que
o mencionam foram falsificados por ordem da Igreja, num esforço para provar sua
pretensa existência, apesar de possuir provas de que Jesus é um mito. E assim
agiu, movida pelo desejo de resguardar interesses materiais.
Ganeval apontou a
semelhança entre o culto de Jesus Cristo e o de Serapis. Ambos são uma reencarnação
do deus “Phalus”, que, por sua vez, era uma das formas de representação do deus
Sol.
Irineu chegou a
afirmar que o deus dos cristãos não era homem nem mulher. Papias cita trechos
dos Evangelhos, mostrando que se referiam ao Cristo egípcio. Referindo-se ao
“logos”, que seria Jesus Cristo, disse ter sido ele apenas uma emanação de
Deus, produzida à semelhança do Sol. É bom lembrar que essas opiniões divergentes
entre si são de três teólogos do cristianismo. Essas opiniões foram emitidas
quando estava acesa a luta de desmentidos recíprocos da Igreja contra os seus
numerosos opositores, ou seja, os que desmentiam a existência física de Jesus.
Então, criaram uma filosofia abstrata, baseando-se nos escritos de Filon.
Ganeval, baseando-se
em Fócio, disse que Eudosino, Agápio, Carino, Eulógio e outros teólogos do
cristianismo primitivo não tiveram um conceito real nem físico de Jesus Cristo.
Disse mais, que Epifânio, falando sobre as seitas heréticas dos marcionítas,
valentinianos, saturninos, simonianos e outros, falava que o redentor dos cristãos
era Horus, o filho de Ísis, um dos três deuses da trindade egípcia, que mais
tarde viria a ser Serapis.
Ganeval afirmou ainda
que os docetistas negavam a realidade de Jesus, e, para refutar a negação, o IV
Evangelho põe em relevo a lança que fez sair água e sangue do corpo de Jesus,
com o intuito de provar sua existência física. Segundo Jerônimo, esses
docetistas teriam sido contemporâneos dos apóstolos. Lembra ainda que o
imperador Adriano, viajando em 131 para Alexandria, declara que “o deus dos
cristãos era Serapis, e que os devotos de Serapis eram os mesmos que se
chamavam os bispos de cristãos”.
Adriano, decerto,
estava com a verdade. Documentos daquela época informam que existiam os atuais Evangelhos,
assim como Tácito informa que os hebreus e os egípcios formavam uma só
superstição. Os escritos de Filon não se referem a Jesus Cristo, conforme
pretenderam fazer crer os falsificadores, mas a Serapis.
Quando havia
referências aos cristãos terapeutas, afirmavam que se falava dos cristãos de
Jesus. Por sua vez, Clemente de Alexandria e Orígenes
escreveram negando Jesus e falando em Cristo, o qual seria Crestus. No entender
de Fócio, tudo isso não passava de fabulação mítica, não tendo existido Jesus
nem Cristo, de que a Igreja criou o seu Jesus Cristo.
Duquis e Volney, fazendo o estudo da mitologia comparada, mostram de onde retiraram Jesus Cristo: do próprio mito. Filon, escrevendo a respeito dos cristãos terapeutas, disse que o seu teor de vida era semelhante ao dos cristãos e essênios. Abandonavam bens e família para seguir apaixonadamente aos sacerdotes. Epifânio escreveu que os cristãos terapeutas viviam junto do lago Mareótides, tendo os seus Evangelhos e os seus apóstolos. É sobre esses cristãos que Filon escreveu.
Se os cristãos seguidores de Jesus Cristo já existissem, Filon não poderia deixar de falar deles. Quando do pretenso nascimento de Cristo, Filon contava apenas 25 anos de idade. Os Evangelhos, tendo surgido muito tempo após a morte de Filon e de Jesus, não poderiam ser os do cristianismo por ele referido.
Clemente de Alexandria e Orígenes não criam na encarnação nem na reencarnação, motivo porque não creram na encarnação de Jesus Cristo, embora fossem padres da Igreja. Orígenes morreu em 254.
Fócio escreveu sobre
“Disputas” de Clemente e afirmou que ele negara a doutrina do “Logos”, dizendo
que o “Verbo” jamais se encarnou, afirmação igualmente feita por Ganeval.
Analisando os quatro volumes de “Principia”, de Orígenes, percebe-se que o
“Logos” ou o “Verbo” era o mesmo sopro de Jeová, referido por Moisés. Fócio,
tendo-se escandalizado com isso, disse que Orígenes era um blasfemo. Apenas analisando
como se referia ao Verbo, a Crestus e ao Salvador, é que se pode excluir a
possibilidade da existência física de Jesus. Tratá-lo-iam de modo bem
diferente, se tivesse realmente existido.
V - Um Jesus Cristo
Não Histórico
A história, conforme
mencionamos, não tem registro da existência de Jesus Cristo. Os autores que
temos em apreço e que seriam seus contemporâneos omitiram-se completamente. Os
documentos históricos que o mencionam, fazem-no esporadicamente, e bem assim
revelam-se rasurados e falsificados, motivo pelo qual de nada adiantam, neste
sentido, para a história. É óbvio, portanto, que a história não poderia
registrar um evento que não aconteceu.
Tomando conta da história, o cristianismo deixou-a na contingência de referir o nome de Jesus Cristo como sendo um deus antropomorfizado, mas nunca uma pessoa de carne e ossos que tenha realmente vivido. Ao fazê-lo, principia por um estudo filológico e etimológico dos termos “Jesus” e “Cristo”, e termina mostrando que os dois nomes foram reunidos em um só, para ser dado posteriormente a um indivíduo. O termo “Jesus” significa salvador, enquanto que “Cristo” é o ungido do Senhor, o “oint” dos judeus, o Messias esperado doe judeus.
Tomando conta da história, o cristianismo deixou-a na contingência de referir o nome de Jesus Cristo como sendo um deus antropomorfizado, mas nunca uma pessoa de carne e ossos que tenha realmente vivido. Ao fazê-lo, principia por um estudo filológico e etimológico dos termos “Jesus” e “Cristo”, e termina mostrando que os dois nomes foram reunidos em um só, para ser dado posteriormente a um indivíduo. O termo “Jesus” significa salvador, enquanto que “Cristo” é o ungido do Senhor, o “oint” dos judeus, o Messias esperado doe judeus.
Nesse estudo, a história mostra que a crença messiânica havia tomado a orla do Mediterrâneo a partir do século II antes de nossa era. O norte da África, o sul da Europa, a Ásia Menor, estavam todos repletos de Messias e Cristos, e de milhares de pessoas que os seguiam e neles criam.
Ao referir-se aos pretensos Messias, o Talmud deu esse nome até mesmo a diversos reis pagãos, como no caso de Ciro, conforme está em Isaias 44:1, ou ao rei de Tiro, como está em Ezequiel 28:14 e nos Salmos, quando se verifica que os nomes de Jesus e de Cristo já vinham sendo atribuídos a diversos líderes religiosos da Antiguidade.
As fontes pesquisadas pela história mostraram que Jesus Cristo, ao ser estudado como fato histórico, só pode ser encarado como sendo o “ungido do Senhor”, uma personalidade de existência abstrata apenas, não tendo possuído contextura física pelo que deixou de ser histórico. É apenas uma figura simbólica, através da qual a humanidade tem sido ludibriada de há muitos séculos.
Cumprindo seu dever
de informar, a história põe diante dos olhos do crente e do estudioso as provas
de que foi a luta dos líderes cristãos a partir do século II para que o mito
Jesus Cristo adquirisse a consistência granítica que levou a crença religiosa
dos europeus da Idade Média sob o guante do criminoso absolutismo dos reis e
dos Papas de então.
Este estudo demonstra
que Jesus Cristo foi concebido no século II para cumprir um programa messiânico
elaborado pelos profetas e pelos compiladores do Velho Testamento e das lendas,
sob o seu pretenso nome. Vê-se, então, que os
passos de Jesus pela terra aconteceram conforme o Talmud, para que se
cumprissem as profecias que o judaísmo havia inventado.
Jesus Cristo pode ser
considerado o ator no palco. Representou o drama do Gólgota e retirou-se da
cena ao fim da peça. Mateus 1:2 descreve-nos um Jesus Cristo que nasce
milagrosamente, apenas para que se cumprissem as escrituras. Em 2:5 diz que
nasceu em Belém, porque foi ali que os profetas previram que nasceria. Em 2:14 deixa-o
fugir para o Egito, para justificar estas palavras: “Meu filho será chamado do
Egito”. Em 2:23 faz José regressar a Nazaré porque Jesus deveria ser nazareno.
Em 3:3 promove o encontro de Jesus com João Batista, porque Isaías
predissera-o. Em 4:4 Jesus foi tentado pelo diabo, porque as escrituras
afirmaram que tal aconteceria e que ele resistiria. Em 4:14 leva Jesus para
Carfanaum para conferir outra predição de Isaías.
Em 4:12 Jesus diz que
não se deve fazer aos outros senão aquilo que gostaríamos que a nós fosse
feito, porque isto também estava na lei dos profetas. Em 7:17 Jesus cura os
endemoniados, conforme predissera Isaías. Em 11:10-14 Jesus palestra com João
Batista porque assim predissera Elias. Em 12:17 Jesus cura as multidões, quando
pede que não propalem isso, igualmente dando cumprimento às palavras de Isaías.
Em 12:40 permanece sepultado durante três dias porque os deuses do paganismo, os deuses solares ou redentores, também estiveram; como Jonas, que foi engolido por uma baleia, a qual depois de três dias jogou para fora, intacto como se nada tivesse acontecido. E tudo isto aconteceu em um mar onde não há possibilidade de vida para esse cetáceo, portanto, só poderia acontecer graças aos milagres bíblicos. Em 13:14 diz que Jesus falava por meio de parábolas, como Buda também o fez.
Assim também falavam os antigos taumaturgos, para que apenas os sacerdotes entendessem; assim só eles seriam capazes de interpretar para os incautos e crédulos religiosos, e, afinal, porque Isaías assim o previa. Em 21:14 Jesus entra em Jerusalém montado em um burreco, conforme as profecias. Em 26:54 Jesus diz que não foi preso pelo povo quando junto dele se assentou no templo para ensinar, porque também estava previsto. Em 27:9 Judas trai a Jesus, vendendo-o por trinta dinheiros e recebendo à vista o preço da traição. Em 27:15 os soldados repartem entre si as roupas do crucificado.
Em 12:40 permanece sepultado durante três dias porque os deuses do paganismo, os deuses solares ou redentores, também estiveram; como Jonas, que foi engolido por uma baleia, a qual depois de três dias jogou para fora, intacto como se nada tivesse acontecido. E tudo isto aconteceu em um mar onde não há possibilidade de vida para esse cetáceo, portanto, só poderia acontecer graças aos milagres bíblicos. Em 13:14 diz que Jesus falava por meio de parábolas, como Buda também o fez.
Assim também falavam os antigos taumaturgos, para que apenas os sacerdotes entendessem; assim só eles seriam capazes de interpretar para os incautos e crédulos religiosos, e, afinal, porque Isaías assim o previa. Em 21:14 Jesus entra em Jerusalém montado em um burreco, conforme as profecias. Em 26:54 Jesus diz que não foi preso pelo povo quando junto dele se assentou no templo para ensinar, porque também estava previsto. Em 27:9 Judas trai a Jesus, vendendo-o por trinta dinheiros e recebendo à vista o preço da traição. Em 27:15 os soldados repartem entre si as roupas do crucificado.
Apenas o cumprimento
desta profecia choca-se frontalmente com a história. E, de acordo com ela,
nessa época não havia legionários romanos na Palestina. Lucas 23:27 diz que
Jesus mandou comprar espadas, para que assim fosse confundido com os malfeitores
comuns, porque assim estava previsto.
Em seguida, diz que Jesus, ao ensinar aos
seus apóstolos, afirmava que tudo o que lhe acontecesse, era para que estivesse
de acordo com o que escreveram Moisés e os profetas, e como estava descrito nos
salmos. Em 24:44-46 diz que Jesus afirmou “Como era necessário que Cristo
padecesse e ressuscitasse ao terceiro dia, dentre os mortos”.
Para ficar de acordo
com as previsões testamentárias, João 19:27 diz que Jesus teve sede e pediu
água. Em 19:30, ao beber a água, disse que era vinagre e exclamou: “Tudo se
cumpriu”. Em 19:32-37 diz que não lhe quebraram nenhum osso, apenas o feriram
com a lança para verificar se havia expirado. E isto também estava predito.
Por
aí, percebe-se que tudo ali é puro simbolismo, e que Jesus foi idealizado
apenas para cumprir as escrituras. Está aí uma prova de que a existência de
Jesus nada mais é do que uma fabulação evangélica. Do mesmo modo que inventaram
as profecias, inventaram alguém para cumpri-las. Tanto é verdade, que os judeus
que ainda hoje acreditam em profecias, não aceitaram Jesus como tendo sido o
Messias prometido pelo Talmud.
Além disso, os seus
escritores esgotaram todos os argumentos possíveis com o fim de provar que
Jesus não foi um acontecimento palestino, e que não passou de um romance
escrito pelos judeus dispersos e dos que se aproveitaram do messianismo judeu
para criar uma empresa comercial, como tem sido o Vaticano.
O messianismo não foi
uma lenda que tenha atingido a todas as classes sociais judias. Essa lenda foi
criada pelos sacerdotes judeus visando com isso ajudar ao povo da rua a
suportar melhor as agruras da pobreza e não reagir contra as classes
privilegiadas. Essas promessas são cumpridas pelos sacerdotes, a seu modo, a
fim de que o pobre viva de esperanças e não sinta que o rico continua metendo
as mãos em seus bolsos, impunemente. O homem do povo raramente compreende a
finalidade desse tipo de engodo.
O Talmud traz uma
porção de profecias, e ao mesmo tempo crítica aos que lhes dão crédito. A
crítica representa uma evolução do pensamento das lideranças judias. Um estudo comparado
do judaísmo e do cristianismo mostra a enorme quantidade de crendices dessas
religiões forjadas pelos seus líderes e afastadas pela evolução do
conhecimento.
Em nossos dias, o
conhecimento atingiu um ponto em que a própria Igreja começou a relegar para um
canto os seus ídolos de aspecto humano. O conhecimento humano terminara por
vencer definitivamente, provando que todos os deuses e ídolos têm os pés de
barro. Nossos antepassados viram muitos ídolos cair. Certas práticas e crenças
religiosas ainda permanecem válidas porque os sacerdotes, como bons psicólogos
que são, observam o desenvolvimento mental do povo e sabem que uns encontram a
verdade, enquanto outros, jamais conseguiram alcançá-la.
Idealizando um Jesus
Cristo adaptado às profecias talmúdicas, criaram um personagem incoerente e
inseguro, o que nos dá a medida exata do quilate mental dos seus criadores.
Podiam ser espertos, mas nunca inteligentes ou cultos.
Não deve ter sido tarefa
das mais fáceis a de adaptar um Cristo vindo para cumprir as profecias no
fanatismo das populações ignaras. Foi um trabalho de titãs não acorrentados à
verdade, nem à sinceridade que o homem deve ao seu semelhante. Nunca foi fácil
transformar uma fantasia em realidade. Por isso, o cristianismo teve de valer-se
da espada de Constantino e das armas de seus legionários para impor
dogmaticamente o que a razão e o conhecimento jamais aceitariam passivamente.
Nos dois primeiros séculos do cristianismo, cada qual queria ser o primeiro e mandar mais e, se possível, ficar sozinho. Tivemos muitos reis e Papas analfabetos, atestando o primarismo dos judeus dispersos, como dos líderes europeus da época do lançamento do cristianismo.
Nos dois primeiros séculos do cristianismo, cada qual queria ser o primeiro e mandar mais e, se possível, ficar sozinho. Tivemos muitos reis e Papas analfabetos, atestando o primarismo dos judeus dispersos, como dos líderes europeus da época do lançamento do cristianismo.
Tentando racionar a
teologia do judaísmo e do cristianismo, fizeram de Jeová um deus absurdo e de
Jesus um ser irreal, ambos incoerentes, o que se tornou a essência do Talmud e
dos Evangelhos. Através de Jesus Cristo, valorizaram as profecias do pretenso
profeta Isaías, revitalizando assim o judaísmo e dando seriedade ao Talmud,
fazendo dos Evangelhos um amontoado de mentiras e de impossíveis humanos. Assim
é que criaram um relato inconsistente, que desmorona completamente em face de
uma análise mais profunda.
Scherer escreveu que
Jesus não foi um filósofo nem fundador de uma religião. Foi apenas Messias. O
sentido da vida de Jesus era apenas dar cumprimento às profecias messiânicas, e
tal ideia é o centro dos fatos evangélicos, a razão de ser Jesus. Tendo vindo
ao mundo tão-somente para cumprir as profecias, deixou de ser humano e tornou-se
um fantasma, ou um símbolo do que nunca teve existência real.
A vida de Jesus e de
seus apóstolos desenrola-se apenas como uma peça teatral, na qual Jesus acumula
os papéis de deus e de homem. Um dia o público há de convencer-se de que esteve
diante de um ser bíblico, sem uma realidade histórica.
Segundo Arthur
Weigal, o único testemunho escrito por quem teria convivido com Jesus teria
sido a epístola atribuída a Pedro. Teria surgido quando começaram as pretensas perseguições
aos cristãos, na qual ele os animava. Entretanto, como a existência de Pedro é
igualmente lendária, a epístola em questão não merece fé, tendo sido composta
por qualquer cristão, menos pelo mitológico Pedro.
Os escritos de
Tácito, dadas as adulterações sofridas, carecem de valor histórico. Dai não se
poder admitir como verdade que Nero, entre os anos 54 e 68, tenha realmente
perseguido aos seguidores de Jesus Cristo.
Tertuliano,
entretanto, afirma que Pedro foi martirizado no governo de Nero. Contudo, vários
pesquisadores, entre os quais Holmann e Weizsacker, demonstraram que essas
perseguições somente começaram a partir do século II. Irineu, no ano 180,
achava que a epístola de Pedro fora escrita em 83, mas não por Pedro. Nesta
epístola, Pedro dizia que “Jesus sofreu por nós, deixando-nos um exemplo”.
Acrescentara ter sido
testemunha pessoal dos seus sofrimentos, após os quais subiu ao céu, de onde
voltaria em breve. No entanto, sua volta não ocorreu até hoje, apesar de terem
se passado dois mil anos. A falta de cumprimento dessa promessa invalida todas
as suas afirmações.
Disse Pedro, ainda,
que Jesus mandou que se amasse uns aos outros, pagando o mal com o bem,
retribuindo a injúria com a bênção. Recomendou a caridade, a hospitalidade e a
humildade; o dever de evitar o mal, fazer o bem e buscar a paz, assim como a
abstinência da ambição da carne, evitar o rancor, a inveja e a maledicência; a submissão
às autoridades, crer em Deus e honrar o rei.
As epístolas de Paulo
viriam em segundo lugar, como importância histórica. Pedro teria aprendido a
doutrina cristã na convivência direta com Jesus. Suas epístolas seriam
consideradas autênticas por terem sido escritas 20 ou 30 anos após a
crucificação. Pedro, assim como Paulo, afirmaram que Jesus voltaria em breve
para julgar a humanidade. Contudo, ambos estavam enganados e enganaram aos
outros. Paulo teria conhecido pessoalmente a Pedro e a Jaques, um dos irmãos de
Jesus Cristo, assim como referia-se a outras pessoas que teriam convivido com
Jesus. A crucificação e a ressurreição teriam sido fatos indiscutíveis para
Pedro e Paulo, cujos escritos estariam muito próximos dos acontecimentos.
Paulo, em I Coríntios
11:1, diz: “Imitam-me como se fosse Jesus”. Teria pregado o amor, a paz, a
temperança, a caridade, a alegria, a paciência, a doçura, a confiança e a boa
vontade. A lei divina deveria ser interpretada segundo o espírito e não
conforme a letra. “Amarás ao próximo como a ti mesmo”, seria um amor paciente, caridoso
e humilde.
As epístolas
procuraram estabelecer a historicidade de Jesus, assim como revelar muitos
pontos do seu caráter. Jesus teria vivido
apenas para redimir a humanidade, não teria pecado, sendo, sem dúvida alguma, o
filho de Deus. Papias, em 140, escreveu que Mateus havia colecionado as máximas
de Jesus, e Marcos recolhera muitas notas para o Evangelho. Assim, os
Evangelhos seriam o espelho de Jesus, contado pelos apóstolos, espalhando entre
os homens o ideal de perfeição moral e mental.
As curas, milagres e
pregações de Jesus, em pouco tempo, haviam espalhado o seu nome, galvanizando
as multidões, todos sentiam que havia surgido o Messias. Assumiu o papel de
Messias e com isso entusiasmou a multidão, pelo que entrou em Jerusalém cercado
da emoção e do respeito do povo. Ao anoitecer abandonou a cidade, e, no dia
seguinte, ao regressar, encontra muita agitação. As autoridades haviam tomado
medidas contra ele.
Dois dias antes da páscoa, tomou sua última refeição com os companheiros e ali permaneceu a espera dos acontecimentos, sabendo que o seu reino não era deste mundo. À noite, foi preso, e, no dia seguinte, julgado. O povo quis que o sacrificassem em lugar de Bar Abbas. Seria o sacrifício pascal, rito multimilenar que iria mais uma vez acontecer. Após a morte, sai do sepulcro, ressuscitado, e vai ao encontro dos apóstolos, pede comida, e depois de permanecer algum tempo com eles, ascende ao céu prometendo voltar em breve.
Dois dias antes da páscoa, tomou sua última refeição com os companheiros e ali permaneceu a espera dos acontecimentos, sabendo que o seu reino não era deste mundo. À noite, foi preso, e, no dia seguinte, julgado. O povo quis que o sacrificassem em lugar de Bar Abbas. Seria o sacrifício pascal, rito multimilenar que iria mais uma vez acontecer. Após a morte, sai do sepulcro, ressuscitado, e vai ao encontro dos apóstolos, pede comida, e depois de permanecer algum tempo com eles, ascende ao céu prometendo voltar em breve.
Foi este o retrato
feito de Jesus Cristo pelo cristianismo, e que ainda hoje milhões de pessoas
adoram. Entre nós, são bem poucos os que põem em dúvida a veracidade desse
romance contado pelos judeus da diáspora e aproveitado por seus seguidores
latinos. No entanto, a razão e
o conhecimento estão se encarregando de destruir a pretensa veracidade desse
conto.
Muitas coisas
consideradas como milagres são hoje conseguidas naturalmente através da
ciência, da tecnologia moderna, da medicina, do conhecimento científico em
todas as suas modalidades, e mesmo através da hipnose.
Diante das conquistas
que o homem tem feito, é possível que ele abra os olhos para a verdade e
perceba então que Deus jamais se preocupou com sua sorte e com o mundo. A
história desmente peremptoriamente que Deus tenha comparecido ao mundo nos
momentos de festa ou de dor. O homem foi abandonado à própria sorte e tem lutado
muito para sobreviver através dos tempos, e tem obtido sucesso porque está
sempre acumulando conhecimentos, os quais emprega em situações futuras.
Diante de tudo o que
foi exposto, só nos resta dizer que a história, em dois mil anos, não encontrou
uma única prova ou documento que mereça crédito no que diz respeito à vida de
Jesus. Sua existência é fictícia e só encontra agasalho no seio da mitologia.
Seu nascimento, sua vida, sua morte, sua família, seus discípulos, tudo, enfim,
que lhe diz respeito, tem analogia com as crenças, ritos e lendas dos deuses
solares, adorados sob diversos nomes e modalidades e por povos diversos,
também. Dele, a história nada sabe.
VI - Jesus e o Tempo
O mítico dia do
nascimento de Jesus Cristo foi oficializado por Dionísio, o Pequeno, no século
VI, que marcou no ano 1 do século I, correspondendo ao ano 753 da fundação de
Roma, com um erro de previsão calculado em seis anos. Para chegar a essa
artificiosa fixação, serviu-se de diversos sistemas de cálculo. Calvísio e
Moestrin contaram até 132 sistemas e Fabrício arredondou para 200.
Para uns, teria sido
entre 6 e 10 de janeiro, para outros, 19 ou 20 de abril, enquanto outros ainda
situavam entre 20 e 25 de março. Os cristãos orientais determinaram a data
entre 1 e 8 de janeiro, enquanto os ocidentais escolheram a 6 de janeiro.
Em 375, São João
Crisóstomo escreveu que a data de 25 de dezembro foi introduzida pelos
orientais. Entretanto, antes do ano 354, Roma já o havia fixado para esta mesma
data, segundo o calendário de Bucer. Essas diferenças foram o resultado da
preocupação da Igreja em fazer com que o nascimento de Jesus coincidisse e se confundisse
com os dos deuses solares, os deuses salvadores, e especialmente com o Deus
Invictus, que era Mitra. E era justamente ao mitraismo que a religião cristã
pretendia absorver.
No dia 25 de dezembro
todas as cidades do império romano estavam iluminadas e enfeitadas para
festejar o nascimento de Mitra. A preocupação de ligar o nascimento de Jesus ao
de Mitra denota o artificialismo que fundamentou o cristianismo. Foi a
divinização do deus dos cristãos às custas da luz do Sol dos pagãos.
Foi um dos grandes
trabalhos de mistificação da Igreja a confluência dos dois nascimentos para a
mesma data. Assim, o nascimento do novo deus apagava da memória do povo a
lembrança de Mitra, no fim do inverno. A tradição religiosa, desde milênios,
fizera com que todos os deuses redentores nascessem em 25 de dezembro.
Quanto ao lugar de
nascimento de Jesus, disseram ter sido em Belém, para combinar com as previsões
messiânicas que, fazendo de Jesus um descendente de David, teria a adesão dos
judeus incautos.
O II e o IV Evangelhos
não mencionam o assunto, enquanto o I e o III aludem ao caso, mas se
contradizem. Uns dizem que os pais de Jesus moravam em Belém, enquanto outros
afirmam que eles ali estavam de passagem.
Essa insegurança
deve-se ao fato de pretenderem ligar a vida de Jesus à de David, conforme as profecias.
Todavia, isto confundia as tendências históricas ligadas ao nascimento dos
deuses solares. A preocupação apologética, contudo, invalidou a pretensão
histórica.
De tudo isto resultou
que a história pode hoje provar que tudo aquilo que se refere a Jesus é puro convencionalismo,
e sua existência é apenas ideal e não real. De modo que a morte dos inocentes
nada mais é do que a repetição da matança das criancinhas egípcias, contada no
Êxodo. A estrela só pôde ser inventada porque naquele tempo o homem ainda não
sabia o que era uma estrela; tanto assim que a Bíblia afirma que Josué fez
parar o sol com um aceno de sua mão apenas. Assim, a estrela que guiou os magos
é coisa realmente absurda. Antes de tudo, ninguém soube realmente de onde
vieram esses reis e onde eram os seus países.
Outros fenômenos
relatados como terremotos, trevas e trovões, assinalados pelo Bíblia, não o são
pela história dos judeus nem dos romanos. Só os interessados no mito puderam
ver tais acontecimentos. Os escritores que relataram fatos ocorridos na Palestina
e no Império Romano não transmitiram estes fatos que teriam ocorrido na morte
de Jesus à posteridade. Muita coisa pode ter acontecido naqueles tempos, menos
as que estão nos Evangelhos.
Pilatos, por exemplo,
morreu ignorando a existência de Jesus. Os legionários romanos jamais receberam
ordens para prendê-lo. Nenhum movimento social, político ou religioso contrário
às normas da ocupação surgiu na Judeia, para justificar a condenação de seu
líder por Pilatos.
Entretanto, Jesus
teria sido julgado e condenado pelos sacerdotes judeus, pois Pilatos deixara o
caso praticamente em suas mãos e do povo, lavando as suas próprias. Nem
Pilatos, nem Caiaz, nem Hannã deixaram qualquer referência acerca desse
processo. Nenhum deles poderia dizer qual a aparência física de Jesus.
Tertuliano,
baseando-se em Isaías, disse que ele era feio, ao passo que Agostinho afirmou
que ele era bonito. Uns afirmaram que era imberbe, outros que era barbado. Sua cabeleira
espessa e barba fechada resultaram de uma convenção realizada no século XII. O
Santo Sudário retrata um Jesus Barbudo.
Nada do que se refere
a Jesus pode ser considerado ponto pacífico. Tudo é discrepante e contraditório.
Ora, se aqueles que tinham e os que ainda têm interesse em defender a
veracidade da existência de Jesus não conseguiram chegar a um acordo no que lhe
diz respeito, isso não é bom sinal.
Moy escreveu: “Desde
que se queira tocar em qualquer coisa real na vida de Jesus, esbarra-se logo na
contradição e incoerência”. Por isso, até o aspecto físico de Jesus tornou-se
discutível, o que ajuda a provar que ele nunca existiu. De acordo com a
história, não se pode aceitar o que está escrito nos evangelhos coma prova de
sua existência. Também a Igreja não dispõe de argumentos válidos, nesse
sentido. A arqueologia, por outro lado, nada encontrou até aqui capaz de
elucidar a questão.
De tudo isto
depreendemos que a existência física de Jesus jamais poderá ser provada de modo
irrefutável, e, por conseguinte, é muito difícil ser acatada por homens cultos
e amantes da verdade. O romance, as lendas, os contos, a ficção, interessam
como cultura, como expressão do pensamento de um povo, e desse modo são perfeitamente
aceitos. Entretanto, a apresentação de tais modalidades de cultura como fatos
reais, consumados e verdadeiros e como tal serem impostos ao povo, é
condenável.
A atitude do
cristianismo tem sido, através dos tempos, justamente a que nós acabamos de
condenar: a imposição das lendas, do romance e da novela como realidade
palpável, como fato verdadeiro e incontestável.
Em sua “Vida de
Jesus”, Strauss diz: “Poucas coisas são certas, nas quais a ortodoxia se apoia
de preferência — as milagrosas e as sobrehumanas —, as quais jamais
aconteceram. A pretensão de que a salvação humana dependa da fé em coisas das
quais uma parte é certamente fictícia, outra sendo incerta, é um absurdo, que
em nossos dias nem sequer devemos nos preocupar, refutando-o”.
Ernest Havet,
comparando Jesus com Sócrates, diz que Sócrates é um personagem real, enquanto
Jesus é apenas ideal. Homens como Platão e Xenófanes, os quais conviveram com
Sócrates, deixaram o seu testemunho a respeito do mesmo. Em seus escritos
relatam tudo sobre Sócrates: a vida, o pensamento, os ensinamentos e a morte. E
nada do que lhe diz respeito foi adulterado, e, portanto, é autêntico,
verdadeiro e indiscutível.
Quanto a Jesus, não
teve existência real, e aqueles aos quais se atribui escritos e referências em
relação a ele, uns foram adulterados em seus escritos, outros não existiram.
Pílatos, que teria autorizado seu sacrifício, omite o fato quando relata os
principais acontecimentos de seu governo. Por acaso mandaria matar um deus, e não
saberia? Assim, quem descreveu Jesus, apenas imaginou o que ele teria sido, não
foi sua testemunha.
Renan disse em sua
“Vida de Jesus”: “Nossa admiração por Jesus não desapareceria nem mesmo quando
a ciência nada pudesse decidir de certo, e chegasse forçosamente às negações”.
Termina dizendo que o divino encontrado pelos cristãos em Jesus é o mesmo que a
beleza de Beatriz, que apenas resultou do pensamento de Dante ou de seu gênio
literário. Da mesma forma, as belezas de Cristina residem nos sonhos religiosos
dos hindus. As maravilhas de Jesus e a beleza de Maria são produtos do gênio
inventivo da liderança oradora dos mitos Jesus e Maria.
Se de ambos apenas se
diz o bem, há sinal que eles não tiveram existência real. Jesus Cristo é uma
criação do homem, o qual esteve em cena apenas para realizar as profecias dos
primários profetas judeus. Esta é também a opinião de Didon, exposta em seu
livro “Vida de Jesus”. Diz ele que é suspeita a sonegação de quase trinta anos
da vida de Jesus à história evangélica.
“Nós apenas sabemos um
nada da vida de Jesus”, escreveu Miron. Os redatores dos Evangelhos e os
primeiros autores eclesiásticos, recolhendo as tradições correntes na
comunidade cristã, podem ter adquirido alguns fragmentos da verdade; mas como
assegurar que, entre tantos elementos mitológicos e legendários, haja algo de
verdade? Assim, a vida de Jesus em si é impossível.
Acontece com Cristo o
mesmo que acontece com todos os entes legendários: quanto mais os buscamos,
menos os encontramos. A tentativa feita até aqui de colar na história, de
arrebatar às trevas da teologia, um personagem que até a idade de trinta anos é
absolutamente desconhecido, e que depois da referida idade aparece fazendo
impossíveis humanos — os milagres — é absurda e ridícula.
Labanca, em “Jesus Cristo”, impugna a possibilidade de uma biografia científica de Jesus, baseando-se na inautenticidade dos Evangelhos, uma vez que os mesmos não tiveram finalidade histórica, mas tão-somente religiosa e propagandística. Jesus não está nos Evangelhos por causa de sua esquisita divindade, mas porque isso convém aos seus lançadores e aos que ainda hoje vivem do seu nome, como rendoso meio de vida.
VII - Jesus Cristo
nos Evangelhos
Assim como a história
não tomou conhecimento da existência de Jesus, os Evangelhos igualmente desconhecem-no
como homem, introduzindo-o apenas como um deus. Maurice Vernés mostrou com rara
mestria que o Velho Testamento não passa de um livro profético de origem apenas
sacerdotal, fazendo ver que tudo que aí está contido não é histórico, sendo
apenas simbólico e teológico. O mesmo acontece com o Novo Testamento e os
Evangelhos. Tudo na Bíblia é duvidoso, incerto e sobrenatural.
Tratando dos
Evangelhos, mostra que sua origem foi mantida anônima, talvez de propósito, não
se podendo saber realmente quem os escreveu. Por isso, eles começam com a
palavra “segundo”; Evangelho segundo Mateus; segundo Marcos. Daí se deduz que
não foram eles os autores desses Evangelhos, foram, no máximo, os divulgadores.
Igualmente deixaram
em dúvida a época em que foram escritos. A referência mais antiga aos
Evangelhos é a de Papias, bispo de Yerápoles, o qual foi martirizado por Marco
Aurélio entre 161 e 180. Seu livro faz parte da biblioteca do Vaticano. Irineu
e Eusébio foram os primeiros a atribuir a Marcos e a Mateus a autoria dos Evangelhos,
mas ambos permanecem desconhecidos da história, como o próprio Jesus Cristo.
Destarte, pouco ou nenhum valor têm os Evangelhos como testemunha dos
acontecimentos. Se só foram compostos no século III ou IV, ninguém pode
garantir se os originais teriam realmente existido.
Os primitivos
cristãos quase não escreveram, e os raros escritos desapareceram. Por outro
lado, no Concílio de Niceia foram destruídos todos os Evangelhos. Esse Concílio
foi convocado por Constantino, que era pagão. Daí, devem ter sido compostos
outros Evangelhos para serem aprovados por ele ou pelo Concílio. Com isto, perderam
sua autenticidade, deixando de ser impostos pela fé para serem-no pela espada.
Celso, no século II,
combateu o cristianismo argumentando somente com as incoerências dos
Evangelhos. Irineu diz que foram
escolhidos os quatro Evangelhos, não porque fossem os melhores ou verdadeiros,
mas apenas porque esses provieram de fontes defendidas por forças políticas
muito poderosas da época. Os bispos que os apoiaram tinham muito poder
político. Informam ainda que antes do Concílio de Niceia os bispos serviam-se
indiferentemente de todos os Evangelhos então existentes, os quais alcançaram o
número de 315.
Até então eles se
equivaliam para os arranjos da Igreja. Mesmo assim, os quatro Evangelhos
adotados conservaram muitas das lendas contidas nos demais que foram recusados.
De qualquer forma, era e continuam sendo todos anônimos, inseguros e inautênticos.
Os adotados foram sorteados, e não escolhidos de acordo com fatores
valorativos. Mesmo estes adotados desde o Concílio de Niceia sofreram a ação
dos falsificadores que neles introduziram o que mais convinha à época, ou
apenas a sua opinião pessoal.
Esta é a história dos
Evangelhos que, através dos tempos, vêm sofrendo a ação das conveniências
políticas e econômicas. Embora a Igreja houvesse se tornado a senhora da
Europa, nem por isso preocupou-se em tornar os Evangelhos menos incoerentes.
Sentiu-se tão firme que julgou que sua firmeza seria eterna.
Os argumentos mais
poderosos contra a autenticidade dos Evangelhos residem em suas contradições, incoerências,
discordâncias e erros quanto a datas e lugares, e na imoralidade de pretender
dar cunho de verdade a velhos e pueris arranjados dos profetas judeus. Essa
puerilidade avoluma-se à medida que a crítica verifica o esforço evangélico em
tornar realidade os sonhos infantis de uma população ignorante. Para justificar
sua ignorância, se dizem inspirados pelo Espírito Santo, o qual também é uma
ficção religiosa, resultante da velha lenda judia segundo a qual o mundo era
dominado por dois espíritos opositores entre si: o espírito do bem e o do mal.
Adquiriram essa crença no convívio com os persas, os egípcios e os hindus.
Os egípcios tiveram
também os seus sacerdotes, os quais escreveram os livros religiosos como o
“Livro dos Mortos”, sob a inspiração do deus Anubis. Hamurabi impôs suas leis
como tendo sido oriundas do deus Schamash. Moisés, descendo do Monte Sinai,
trouxe as tábuas da lei como tendo sido ditadas a ele por Jeová.
Maomé, igualmente,
foi ouvir do anjo Gabriel, em um morro perto de Meca, boa parte do Alcorão.
Allah teria mandado suas ordens por Gabriel.
O conhecimento mostra
que as religiões, para se firmarem, têm-se valido muito mais da força física do
que da fé. Quanto à verdade, esta não existe em suas proposições básicas. De
modo que, Anubis, Schamash, Allah e Jeová nada mais são do que o Espírito Santo
sob outros nomes.
Stefanoni demonstrou
que todos esses escritos não representam o Espírito Santo, mas o espírito
dominante em cada época ou lugar. Assim surgiram os Evangelhos, os quais, como
Jesus Cristo, foram inventados para atender a certos fins materiais, nem sempre
confessáveis.
“Não creria nos
Evangelhos, se a isso não me visse obrigado pela autoridade da Igreja”. São
palavras de Sto. Agostinho. Com sua cultura e inteligência, poderia hoje estar
no rol dos que não creem.
VIII - Jesus Cristo é
um Milagre!
No que diz respeito a
Jesus Cristo, a teologia toma em consideração, sobretudo, o aspecto
sobrenatural e os seus milagres. João Evangelista foi trazido para a cena a fim
de criar o Logos, o Jesus metafísico, destruindo, assim, o Jesus-Homem. As contradições
surgidas em torno de um Jesus saído da mente de pessoas primárias e incultas tornaram-no
muito vulnerável à crítica dos mais bem dotados em conhecimento. Então vem João e substitui o
humano pelo divino, por ser o mais seguro. O mesmo iria fazer a Igreja no
século XV, quando, para abafar, grita contra os que haviam queimado
miseravelmente uma heroína nacional dos franceses, tiraram o uniforme do corpo
carbonizado de Joana D’Aro e vestiram-lhe a túnica dos santos. O mesmo
aconteceu com Jesus: teve de deixar queimar a pele humana que lhe haviam dado,
para revestir-se com a pele divina.
A Igreja, na
impossibilidade de provar a existência de Jesus-Homem, inventou o Jesus-Deus.
Assim atende melhor à ignorância pública e fecha a boca dos incrédulos. Do que
relatamos, conclui-se que, no caso de Joana D’Arc, a igreja obteve os
resultados esperados. Contudo, continua com as mesmas dificuldades para provar
que Jesus Cristo, como homem ou como deus, tenha vivido fisicamente. E não é
só. Ela não tem conseguido provar nada do que tem ensinado e imposto como
verdade. Falta-lhe argumentos sérios e convincentes para confrontar com o
conhecimento científico e com a história sem que sejam refutados.
A Igreja tudo fez
para tornar Jesus Cristo a base e a razão de ser do cristianismo. E isto
satisfez plenamente a seus interesses materiais nestes dois milênios de vida.
Da mesma forma, os portugueses, os espanhóis e os ingleses, de Bíblia na mão e
cruz no peito, foram à longínqua África para arrastar o negro como escravo,
para garantir a infraestrutura econômica do continente americano. Jamais se
preocuparam em saber se o pobre coitado queria separar-se de seus entes
queridos, nem o que estes iriam sofrer com a separação.
A Igreja está realmente
atravessando uma crise. Acontece que os processos tecnológicos e científicos descortinam
para o homem novos horizontes, e então ele percebe que foi iludido
miseravelmente. Sua fé, sua crença e seu deus morrem porque não têm mais razão
de ser.
Jesus Cristo foi
inicialmente um deus tribal, que teria vindo ao mundo por causa das desgraças
dos judeus. Eles sonhavam ser donos do mundo, mas, mesmo assim, foram expulsos
até mesmo de sua própria terra. Contudo, o cristianismo ganhou a Europa, com a
adesão dos reis e imperadores.
Renan, não
conseguindo encontrar o Jesus-Divino, tentou ressuscitar o Jesus-Homem. Mas o
que conseguiu foi apenas descrever uma esquisita tragédia humana, cujo epílogo
ocorreu no céu.
Jesus teria sido um altruísta mandado à terra para que se tornasse uma chave capaz de abrir o céu. Teria sido o homem ideal com que o religioso sonha desde seus primórdios. Existindo o homem ideal, cuja idealidade ficasse comprovada, o histórico seria dispensável. Mas, ao tentar evidenciar um desses dois aspectos, Renan perdeu ambos. Mostrou então que, para provar o lado divino de Jesus, compuseram os Evangelhos. Seu objetivo: relatar exclusivamente a vida de um homem milagroso e não de um homem natural.
Jesus teria sido um altruísta mandado à terra para que se tornasse uma chave capaz de abrir o céu. Teria sido o homem ideal com que o religioso sonha desde seus primórdios. Existindo o homem ideal, cuja idealidade ficasse comprovada, o histórico seria dispensável. Mas, ao tentar evidenciar um desses dois aspectos, Renan perdeu ambos. Mostrou então que, para provar o lado divino de Jesus, compuseram os Evangelhos. Seu objetivo: relatar exclusivamente a vida de um homem milagroso e não de um homem natural.
Elaborando os
Evangelhos, cometeram tantos erros e contradições, que acabaram por destruir,
de vez, a Jesus. A exegese da vida de
Jesus, baseada no conhecimento e na lógica, separando-se o ideal do real, eles destroem-se
mutuamente. Quem descreve o Jesus real, não poderá tocar o ideal, e vice-versa,
porque um desmente o outro.
Em suma, os
Evangelhos não satisfazem aos estudiosos da verdade livre de preconceitos,
destruindo o material e o ideal postos na personalidade mítica de Jesus. A
fabulação tanto recobre o humano como o divino.
Verificamos, então,
estarmos em presença de mais um deus redentor ou solar. Jesus, através dos
Evangelhos, pode ser Brama, Buda, Krishna, Mitra, Horus, Júpiter, Serapis,
Apolo ou Zeus. Apenas deram-lhe novas roupas.
O Cristo descrito por
João Evangelista aproxima-se mais desses deuses redentores do que o dos outros evangelistas.
É um novo deus oriental, lutando para prevalecer no ocidente como antes tinha
lutado para impor-se no oriente. É um novo subproduto do dogmatismo religioso
dos orientais, em sua irracional e absurda metafísica. Por isso, criaram um
Jesus divino, não por causa dos seus pretensos milagres, mas por ser o Logos, o
Verbo feito carne. Essa essência divina é que possibilitou os milagres. É um
deus antropomorfizado, feito conforme o multimilenar figurino idealizado pelo
clero oriental. Jesus não fez milagres, ele é o próprio milagre.
Nasceu de um milagre,
viveu de milagres e foi para o céu milagrosamente, de corpo e alma, realizando
assim mais uma das velhas pretensões dos criadores de religiões: a imortalidade
da alma humana.
Sendo Jesus
essencialmente o milagre, não poderá ser histórico, visto não ter sido um homem
normal, comum, passando pela vida sem se prender às necessidades básicas da
vida humana. Jesus foi idealizado exclusivamente para dar cumprimento às profecias
do judaísmo, é o que verificamos através dos Evangelhos. Tudo quanto ele fez já
estava predito, muito antes do seu nascimento. Jesus surgiu no
cenário do mundo, não como autor do seu romance, mas tão-somente como ator para
representar a peça escrita, não se sabe bem onde, em Roma ou, talvez,
Alexandria.
O judaísmo forneceu o enredo, o Vaticano ficou com a bilheteria. E, para garantir o êxito total da peça, a Igreja estabeleceu um rigoroso policiamento da plateia, através da confissão auricular. Nem o marido escapava à delação da esposa ou do próprio filho. O pensamento livre foi transformado em crime de morte. Os direitos da pessoa humana, calcados aos pés.
Nunca a mentira foi imposta de modo tão selvagem como aconteceu durante séculos com as mentiras elaboradas pelo cristianismo. À menor suspeita, a polícia tonsurada invadia o recinto e arrastava o petulante para um escuro e nauseabundo calabouço onde as mais infames torturas eram infligidas ao acusado.
Depois, arrastavam-no
à praça pública para ser queimado vivo, o que, decerto, causava muito prazer ao
populacho cristão. Desse modo, a Igreja
tornou-se um verdugo desumano, exercendo o seu poder de modo impiedoso e
implacável, ao mesmo tempo em que escrevia uma das mais terríveis páginas da
história da humanidade.
Durante muito tempo o
sentimento de humanidade esteve ausente da Europa, e a mentira triunfava sobre
a verdade. Milhares de infelizes foram sacrificados porque ousaram dizer a
verdade. O poder público apoiava a farsa religiosa, e era praticamente
controlado pela Igreja. Aquele que ousasse apontar as inverdades, as incoerências
e o irracionalismo básicos do catolicismo, seria eliminado.
Tudo foi feito para evitar que o cristianismo fracassasse, devido à fragilidade de seus fundamentos. O que a Igreja jura de mãos postas ser a verdade, é desmentido pelo conhecimento, pela ciência e pela razão.
Tudo foi feito para evitar que o cristianismo fracassasse, devido à fragilidade de seus fundamentos. O que a Igreja jura de mãos postas ser a verdade, é desmentido pelo conhecimento, pela ciência e pela razão.
IX - Jesus Cristo, um
Mito Bíblico
Folheando as páginas
da história humana, e não encontrando aí qualquer referência à passagem de
Jesus pela terra, nós, estudiosos do assunto, convencer-nos-emos de que ele
nada mais é do que um mito bíblico.
Pesquisando os
Evangelhos na esperança de encontrar algo de positivo, deparamo-nos mais uma
vez com o simbolismo e a mitologia. A história que o envolve desde o nascimento
até a morte é a mesma do surgimento de inúmeros deuses solares ou redentores.
É de se notar o
cuidado que tiveram os compiladores dos Evangelhos para não permitir que Jesus
praticasse senão o que estava estabelecido pelas profecias do judaísmo. Assim,
a vida de Jesus nada mais é do que as profecias postas em prática. O cristianismo
e os Evangelhos são um modo de reavivamento da chama do judaísmo, ante a
destruição do templo de Jerusalém. É uma transformação do judaísmo, de modo a
existir dentro dos muros de Roma, de onde, posteriormente, ultrapassou os
limites, alcançando boa parte do mundo.
O sofrimento que o
judaísmo infligiu ao povo pobre deveria ser o suficiente para que se acabasse definitivamente.
Acreditamos que a ambição de Constantino é que deu lugar ao alastramento do
cristianismo, ou, melhor dizendo, do judaísmo sob novas roupagens e novo
enredo. Não fosse isso, a falta de cumprimento das pretensas promessas de Abraão,
de Moisés e do próprio Jesus Cristo já teria feito com que o judaísmo e o cristianismo
fossem varridos da memória do homem. De há muito o homem estaria convencido da
falsidade que é a base da religião.
Idealizaram o
cristianismo que, baseado no primarismo da maioria, deu novo alento ao
judaísmo, criando assim, o capitalismo e a espoliação internacional. O
liberalismo que surgiu graças ao monumental trabalho dos enciclopedistas, é que
possibilitou ao homem uma nova perspectiva de vida. A partir do enciclopedismo,
os judeus e o judaísmo deixaram de ser perseguidos por algum tempo, e com isto,
quase perdeu sua razão de ser.
Ao surgir Hitler e
seu irracional nazismo, encontrou quase a totalidade dos judeus alemães
integrada de corpo e alma na pátria alemã. O Fuhrer deu então um novo alento ao
judaísmo, ao persegui-lo de modo desumano.
Graças à perseguição
de que foram vítimas os judeus de toda a Europa durante a guerra de 1940,
surgiu a justificativa internacional para que se criasse o Estado de Israel.
Talvez o Estado de Israel, revivendo sua velha megalomania racial, invalide em
sangue a tendência natural para a socialização do mundo e universalização do conhecimento.
A socialização do mundo acabaria com a irracional e absurda ideia de ser o
judeu um bi-pátrida.
Nasça onde nascer,
não se integra no meio em que nasce e vive. Daí a perseguição. Os judeus ricos de
todo o mundo carreiam para Israel todo o seu dinheiro e, com ele, a tecnologia
e o conhecimento alugados. Graças a isto, poderá embasar ali os seus mísseis
teleguiados, tudo quanto houver de mais avançado na química, física e
eletrônica. Assim, terão meios de garantir a manutenção da sócio-economia estruturada
no capitalismo. Esta é uma situação realmente grave, a qual poderá tornar-se
dramática no porvir.
O poder econômico
concentrado em poucas mãos é uma ameaça contra o homem e sua liberdade. Apesar
de o cristianismo liderar o movimento que faz do homem e do seu destino o
centro das preocupações das altas lideranças sociais, a grande maioria dos
homens está marginalizada, porque o poder econômico do mundo acumula-se em
poucas mãos. E, se permanecemos crendo em tudo quanto criaram os judeus de dois
milênios atrás, isso é sinal de que não evoluímos o bastante para justificar o
decurso de tanto tempo.
Se o progresso científico e a tecnologia avançada não conseguirem libertar-nos dos mitos, estará patente mais uma vez o estado pueril em que ainda se encontra o desenvolvimento mental do homem. O homem não será de todo livre enquanto permanecer preso às convenções religiosas, as quais possuem como único fundamento o mito e a lenda.
Se o progresso científico e a tecnologia avançada não conseguirem libertar-nos dos mitos, estará patente mais uma vez o estado pueril em que ainda se encontra o desenvolvimento mental do homem. O homem não será de todo livre enquanto permanecer preso às convenções religiosas, as quais possuem como único fundamento o mito e a lenda.
Se assim falamos, não
é que estejamos sendo movidos por um antissemitismo ou um anticlericalismo
doentio; de modo algum isto é verdadeiro. O que nos motiva tomar em pauta o
assunto é o desejo de ver um crescente número de pessoas partilhar conosco do
conhecimento da verdade.
Temos dito repetidas
vezes que tudo aquilo em que se fundamenta o cristianismo é apenas uma
compilação de velhas lendas dos deuses adorados por diversos povos. Strauss diz
que saiu do Velho Testamento a pretensão de que Jesus encarnar-se-ia em Maria,
através do Espírito Santo. Em números, 24:17 estava previsto que uma estrela
guiaria os reis magos.
Cantu lembra que,
juntando-se os livros do Velho Testamento com os do Novo, teremos 72 livros, o
mesmo número de anciãos teria Moisés escolhido para subir com ele ao Monte
Sinai. O Velho Testamento previa que o povo seguiria a Jesus, mesmo sem conhecê-lo.
Seriam os peixes retirados da água pelos apóstolos, e os mesmos da pescaria de
São Jerônimo. Moisés teria feito da pedra o símbolo da força de Jeová, por
isto, Jesus devia dar a Pedro as chaves do céu.
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Bruno Guerreiro de Moraes, apenas alguém que faz um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza...
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